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segunda-feira, 20 de abril de 2015

RESENHA CRÍTICA DO LIVRO “ÉTICA PARA MEU FILHO” DE FERNANDO SAVATER

Resenha crítica do livro “Ética para meu Filho” de Fernando Savater

            O livro não se configura como um livro didático, segundo o próprio autor, na acepção da literal da palavra, mas se define como um bate-papo entre o autor e seu filho e é voltado ao público jovem com a explícita intensão de formar “livres-pensadores”.
            Savater procura ao longo do texto explicar o que é ética, e o faz como se esta fosse uma ferramenta que o ser humana utiliza para poder viver e conviver com outros seres humanos de modo a que se viva com liberdade na escolha entre o bem e o mal. Esta escolha significa saber discernir o que é conveniente do que não é mesmo entre indivíduos de diferentes lugares e diferentes costumes.
            Porém, a maioria parte escolhas são feitas automaticamente, com base em costumes pré-estabelecidos pela sociedade em que o indivíduo esteja inserido. Mas, em muitos momentos recorremos à nossa liberdade de escolha para decidir o que é melhor e mais conveniente no momento, e ao fazer isso, estamos partindo de um princípio ético, pois este se trata da liberdade de fazermos o que queremos, decidindo por nós mesmos.
            Deste modo, Savater procura fazer a distinção entre a ética e a moral, pois esta última seria o composto de todos os comportamentos e normas que a maioria dos indivíduos aceita como certos, involuntariamente, sem pensar a respeito, e ética seria a reflexão que é feita sobre estas normas e sua validade.
            Ele diz ainda que a ética seria o indivíduo fazer o que quiser, mas para isso não se deve levar em consideração os que se obterá com isso, seja em forma de ganho ou punição. Então a ética seria o que se quer de sua própria vida com responsabilidade, pois fazer o que se quer não significa dizer que a vida será melhor por causa disso. Principalmente porque as pessoas não são objetos que se usam e se descartam quando não são mais necessários, pois para as pessoas viverem bem elas prescindem umas das outras.
            Não é errado alguém querer ter coisas boas na vida, mas não se deve fazer disso um fim por si só. E nem usar as outras pessoas para isso.
            O autor continua dizendo que quando se possui algo, este algo também nos possui e acaba por nos transformar em seu escravo e ao tratar pessoas como objetos, acabamos por nos transformar em objetos também. Somente tratando as pessoas como seres humanos é que nos humanizamos também.
            O autor assegura que o que faz a vida ser humana é a coexistência com os outros seres humanos, e a ética seria esse relacionamento entre os seres humanos. Deste modo, se não sabermos como viver com ética, esse laço se perde e estaremos perdendo e fazendo mal ao nosso lado humano.
            A ética seria então é a arte de saber escolher o que nos convém e viver da melhora maneira.
            Ele também fala a respeito da política e diz que ela tem por objetivo a organização do convívio social, assegurando às escolhas das pessoas. Então, a omissão política não é uma escolha boa para uma boa vida.
            Fernando Savater ainda esclarece que uma boa vida não é exatamente uma vida perfeita, pois isso é impossível se obter em qualquer condição social, pois os problemas sempre estarão ao nosso redor e que a sociedade é imperfeita com seus crimes e pessoas que se aproveitam de outras pessoas.
            Para obtermos uma vida boa, conforme a ética, não podemos deixar que ódio, medo e rancor entrem nela. E para isso é necessário tratar os outros como seres humanos como seres humanos, visando a humanização mutua e sermos dignos uns dos outros.
            Somos seres livres e o ponto básico dessa liberdade é podermos criar nossas próprias vidas, pois possuímos a habilidade de pensar sobre ela, de construí-la, e modificá-la a todo o momento que seja preciso ou quando. Contudo, muitas pessoas acreditam ser isso um grande problema, pois não querem eles mesmos escrever a própria vida e tentam sempre abdicar das responsabilidades do que fizeram se utilizando de desculpas, onde as situações estão sempre favorecendo ao erro e que no mundo existem coisas as quais não se consegue resistir. Contudo, nada é tão irresistível que não se consiga usar a razão para se pensar e agir a respeito dessa coisa.
            A liberdade é algo a qual todos estamos à mercê, pois escolhemos também não pensar e não agir por nós mesmos, o que nos deixa escravizados pelos acontecimentos que virão, pela sociedade e pelas outras pessoas.

            Pensar por si mesmo não é uma tarefa fácil, mas é a única maneira de a vida ser boa e que valha realmente a pena. Pois este é o sentido de viver e não de apenas sobreviver.

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