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sexta-feira, 3 de julho de 2015

TEORIA DE LETRAMENTO - A QUALIDADE NA ALFABETIZAÇÃO E NO LETRAMENTO

Teoria de letramento
A qualidade na alfabetização e no letramento

            De acordo com Magda Becker Soares, letramento é a tradução da palavra inglesa literacy[1], que se originou da palavra do latim littera, que significa "letra". À palavra latina littera foi acrescentado o sufixo -cy, que denota situação ou qualidade e formou a expressão inglesa literacy. Semelhante fenômeno ocorreu na língua portuguesa, ou seja, ao radical letra- foi adicionado o sufixo -mento, compondo, deste modo, uma nova palavra: letramento. A autora prossegue dizendo que o vocábulo letramento ainda não consta dos dicionários, por ter sido recentemente introduzida na língua portuguesa, tendo sido usada inicialmente no livro “No mundo da escrita uma perspectiva psicolinguística”, de Mary Kato no ano de 1986 (apud SOARES, 1998).
            A mesma autora referenciada acima, em sua obra “Letramento, um tema em três gêneros, de 1998, dá o conceito de letramento: “... letramento é o resultado da ação de "letrar-se", se dermos ao verbo "letrar-se" o sentido de "tornar-se letrado"... Decorrência da ação de ensinar e aprender as práticas sociais de leitura e escrita” (SOARES, 1998). Continua dizendo ainda que:

Observação importante: ter-se apropriado da escrita é diferente de ter aprendido a ler e a escrever: aprender a ler e escrever significa adquirir uma tecnologia, a de codificar em língua escrita e de decodificar a língua escrita; apropriar-se da escrita é tornar a escrita "própria", ou seja, é assumi-la como sua "propriedade” (SOARES, 1998).

            Ou seja, existe uma diferença considerável entre letramento e alfabetização e, por conseguinte, entre letrado e alfabetizado. Pois alfabetizar é o aprendizado puro e simples da leitura e da escrita, enquanto que “letrar” é conseguir com que o indivíduo se utiliza socialmente da escrita e da leitura, respondendo de modo adequado às demandas da sociedade em relação a escrever e ler.
            A percepção da alfabetização vem se transformando baseada em reflexões sobre seu conceito, a sua natureza e o seu grau de complexidade, em virtude de sua multidisciplinaridade, enfatizando os aspectos positivos de aprendizagem ao aluno, que ao se apropriar do sistema alfabético se beneficia das múltiplas situações que o levam a interagir, suportado nos variados estilos de leitura e de escrita, que são decorrentes das técnicas de letramento desdobradas dentro da sala de aula.
            Como consequência do aparecimento do termo letramento, novas hipóteses vão sendo abalizadas sobre a alfabetização, considerando as possibilidades de se alfabetizar letrando, correspondendo às reivindicações da sociedade sobre o correto uso da leitura e da escrita, para uma formação cultural letrada. Deste modo, compreende-se a escrita e a leitura como produtos da cultura com função social, necessárias ao desenvolvimento do indivíduo que se utiliza de diversos recursos visando a sua comunicação no cotidiano.
            Ainda de acordo com Soares (2003), a produção acadêmica no Brasil mostra a ligação entre alfabetização e letramento, demonstradas nos estudos de Kleiman (1995) e Tfouni (2005), sendo que o primeiro autor trata sobre o conceito de alfabetização opondo-se ao conceito de letramento, pois para esta autora o termo letramento foi uma tentativa de dividir os estudos sobre o “choque social da escrita” nos estudos sobre a alfabetização, como resultado da concepção dos usos e fins que a escrita desempenha nas sociedades centradas na escrita, como as ocidentais, sem que basicamente o indivíduo tenha contraído a instrução alfabética.
            Então, a boa qualidade do letramento provoca a assimilação da escrita e seu nas diferentes práticas, suplantando o procedimento primeiro de obtenção do código alfabético, que compõe uma especificação da alfabetização, assim como avaliando as práticas cotidianas dos contextos culturais.
            O letramento com qualidade percebível é um elemento plural, com diversas faces, cuja abrangência sugere os estilos e colocações das demandas de leitura e escrita impostas pela sociedade letrada, não somente para o indivíduo que consegue ler e escrever, como também, para quem  se utiliza o código como mediação, algo assim como se diferenciar produtos pela marca, conhecer o valor do dinheiro, ouvir uma notícia no rádio, entre diversas circunstâncias advindas do uso da escrita que estão presentes na conjuntura de uma sociedade centrada na escrita. Derivam desta probabilidade, conjuntos distintos da acepção de letramento, tal como a dimensão pessoal e a dimensão social para a apreensão da expressão como um acontecimento não singular, socialmente edificado, cujo significação é especificada partindo-se do contexto cultural e histórico dos mais diversos grupos culturais.
            Soares (2004) reflete ainda a respeito da liberalidade progressista entre a sociedade e o letramento, pois neste contexto o letramento se define como as capacidades necessárias para que o sujeito opere de modo adequado nos contextos sociais. Este conceito se encaixa como a expressão “alfabetização funcional”, suscitando então a definição conceitual de letramento funcional, enfatizando os predicados pessoais indispensáveis ao que a sociedade exige, especialmente na aplicação efetiva dos conhecimentos da escrita e da leitura para que a sociedade funcione corretamente, visando o progresso e o exercício pleno da cidadania.
            Neste aspecto, a dimensão social do letramento enfatiza os princípios de uma alfabetização analítica e crítica, além de transformadora, que entendo o indivíduo como alguém que faz parte do seu contexto histórico, estabelecido nas distintas situações sociais e, por conseguinte, capacitado a usar a escrita como instrumento para o incremento de suas capacidades, com uma atuação melhor na contemporânea sociedade tecnológica.
            O conceito de uma alfabetização transformadora se encaixa com uma educação empenhada com a liberação e o domínio da palavra de uma minoria elitizada detentora do poder da escrita, autenticando as relações de predomínio entre os que se apoderam da escrita e entre os que não a têm, constituindo uma casta de marginalizados (FREIRE, 1987).
            Esta conjectura atribui a contorno de jurisdições entre letrados e iletrados, constituindo poder e superioridade a quem domina a escrita, sendo acatados como competentes ao pleno exercício da atividade intelectiva especialmente praticada pela habilidade de expressão que lhe adéqua o melhor desenvolvimento na sociedade e, por isso, a disposição de prosperar, em virtude da escrita estar conectada ao progresso social e tecnológico.
            O desafio de alfabetizar letrando com qualidade, transcorre, fundamentalmente, pelo entendimento da proposta de alfabetização e de letramento, avaliando a grandeza social desses termos, como intuito de que o docente seja redefinido mediante o incremento de atuações que autorizem a obtenção e o desenvolvimento da leitura e da escrita como exercícios sociais.
REFERÊNCIAS:

FREIRE, P. Pedagogia do Oprimido. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987.

KLEIMAN, A. Modelos de letramento e as práticas de alfabetização na escola. Campinas: Mercado de Letras, 1995.

SERPA. O. Dicionário Escolar. Inglês/Português. Português/Inglês. Rio de Janeiro: MEC/FAE/RJ, 1993.

SOARES. M. B. Letramento, um tema em três gêneros. Belo Horizonte: Editora Autêntica, 1998.

______. SOARES, M. Um tema em três gêneros. Belo Horizonte: Autêntica, 2004.

TFOUNI, L. Letramento e Alfabetização. São Paulo, Cortez: 2005





[1] Literacy – capacidade de ler e escrever. (SERPA,1993)

quarta-feira, 1 de julho de 2015

O USO DO COMERCIO ELETRÔNICO POR HOTÉIS




O uso do comercio eletrônico por hotéis



RESUMO

O comércio eletrônico destacou-se com o surgimento da Internet e o incremento da tecnologia, o que gerou inúmeras chances para o turismo e deu um grande destaque ao setor de hotelaria, pois com o constante aumento dos usuários e as facilidades que ela apresenta este ramo buscou cada vez mais investimentos e inserção neste mercado. A possibilidade mais rápida de distribuição dos produtos e dos serviços entre os clientes tornaram as reservas mais ágeis e velozes, aumentando também a competitividade no setor. Este trabalho tem por objetivo apontar a importância deste tipo comércio para o setor hoteleiro e como o seu uso pode ser um fator de destaque.


PALAVRAS-CHAVE: Hotel, comércio, eletrônico, turismo, internet



ABSTRACT

The electronic commerce is highlighted with the advent of the Internet and the growth of technology, which created numerous chances for tourism and has a great emphasis on the hospitality industry, for the constant increase of users and the facilities that it has sought this branch more investment and inserting this market. The possibility of more rapid distribution of goods and services between the customers become more agile and fast reservations, as well as increasing competitiveness in the sector. This paper aims to highlight the importance of such trade for the hospitality industry and how its use can be a prominent factor.


KEYWORDS: hotel, retail, electronics, tourism, internet





Para as empresas de turismo a internet é o maior achado que se poderia imaginar, pois gera para elas oportunidades inimagináveis.  Em especial para o setor de hotelaria, as modificações estão cada dia mais rápidas, pois os clientes estão todos os dias exigindo informações e segurança nas suas transações o que torna este setor um dos mais competitivos do mercado.

            E, especificamente em relação aos hotéis, a distribuição dos serviços do turismo necessita das facilidades de compra e venda entre o cliente e o prestador do serviço. E, faz-se necessário a adequação a estas exigências e a necessidade de ampla sintonia com ele. Para Jeong e Lambert (2001), a internet já mudou a estratégia competitiva dos hotéis.

            Apesar destes benefícios, o setor enfrenta um grande problema, que é o de não aproveitarem adequadamente esta tecnologia, tendo a perda de clientes, por seu uso abaixo da expectativa. Muitos hotéis não usam esta ferramenta e os motivos são os mais diversos tais como, desconhecimento, desinformação, medo e insegurança, porém, talvez o pior de todos seja o desinteresse.






                        Atualmente, devido à enorme influência da tecnologia da informação e da internet, estar presente nesta rede representa a vida de um setor e a sua total derrocada e morte caso não esteja presente. A exigência do mercado é a preparação dos setores para uma competição que se mostra acirrada, no intuito não somente de sua divulgação como também na dinamização dos procedimentos da prestação do serviço. O objetivo geral deste trabalho é o de comentar o que o setor hoteleiro está fazendo para se ajustar e entrar neste processo sem retorno.




a)      examinar as probabilidades de utilização do comércio eletrônico pelo setor hoteleiro;

   b) verificar o grau de informação que os gestores dos hotéis têm sobre como implantar e incrementar este tipo de comércio em seu segmento.




                        A Internet, segundo Porter (2001), está sendo veiculada como a tecnologia que fornece conveniências para que as empresas busquem posições estratégicas distintas. Diz ainda que este instrumento é em relação à outras tecnologias, superior e recomenda o seu uso no complemento das estratégias, visando a obtenção da competitividade.

                        Junto com o turismo, o setor hoteleiro, tende a ser dependente a cada dia que passa destes recursos, pois necessita acompanhar e a atualizar constantemente estas ferramentas, que propiciem maior eficiência no desempenho das funções de cada divisão do hotel (MATOSO, 1999).

                        De acordo com Aksu e Tarkan (2002), o uso da tecnologia da informação pelo setor de hotelaria traz como resultado vantagens na competição, no ganho de tempo, na redução dos custos e como um eficiente meio de obtenção e compartilhamento de informações, correio eletrônico, etc., e o mais importante para o setor, que é o comércio eletrônico.

                        Sheldon (1997) afirma que o Turismo e a Tecnologia da Informação são os dois setores que mais crescem no mundo e Matoso (1996) os coloca a hotelaria junto com turismo como cada dia mais dependentes desta nova tecnologia, com a necessidade crescente de acompanhamento e atualização das ferramentas que proporcionam resultados e desempenhos eficazes para a melhoria dos resultados de gestão. A integração destas ferramentas e da Internet contribui para a comunicação com consumidores e parceiros, com conseqüências profundas para os hotéis (Buhalis, 2003, apud ROCHA, 2004).

                        O’Connor (2001) ilustra o valor que tem para o cliente a busca de informações antes da viagem:
                       

                       
Os turistas precisam de informação antes de sair para uma viagem, para ajudá-los a planejar e fazer escolhas à medida que aumenta a tendência no sentido de viagens mais independentes. Essa demanda por informação também reflete uma questão mais sutil: as férias anuais ou mesmo as folgas de fim de semana estão cada vez mais associadas a enorme risco financeiro e emocionais. [...] Assim sendo, o acesso a informação precisas, confiáveis e relevantes é essencial para ajudar os viajantes a fazer uma escolha apropriada, uma vês que eles não podem pré-testar o produto e receber facilmente seu dinheiro de volta se a sua viagem não corresponder às suas expectativas.



                        La Torre (2001) diz que a administração de um hotel precisa estar em sintonia constante com o hóspede, antecipando desejos, anseios e necessidades. A Internet dá ao dono do hotel a oportunidade de conhecer o seu cliente antes mesmo de sua chegada.

                        Para Laudon e Laundon (1999), o uso da internet concomitante ao comércio eletrônico ajuda na ampliação dos serviços de hotelaria. Citam o exemplo de os hóspedes futuros poderem eles mesmos fazer as reservas, sem a necessidade de uso de uma agência de viagens. Eles podem antecipar-se e verificar o local, os preços, as fotos e as atrações da região.

                        Já Albertin (2000) nos diz que este ambiente digital encontra-se hoje em um estágio intermediário, prevendo que a web vai ser usada tanto para a troca de informações, comunicação e comércio eletrônico, tanto quanto para a formação de ambientes exclusivamente voltados para negócios.

                        Em um cenário mais atual, está claro que os clientes já estão habituados às novas tecnologias e com isso demandam serviços e produtos que possam ser flexibilizados e que possuam interação e inovação (BUHALIS, 1998).




                        Internacionalmente, o turismo é a atividade econômica que mais se sobressai em quantidade de recursos que movimenta, ficando atrás apenas da indústria do petróleo e da bélica, contabilizando perto de 255 milhões de vagas de empregos, com um movimento que monta à US$ 743 biilhões, o que equivale a aproximadamente 9% do PIB mundial (World Travel & Tourism Council - WTTC). As mudanças neste setor atingem a estrutura das empresas como a percepção dos negócios e se constitui em um componente vital da base do turismo.

Em três partes Petrocchi (2002) faz a divisão do turismo: transporte, hospedagem e atração, que pode ser o lazer ou qualquer outro motivo para a viagem. Desde modo a hotelaria torna-se uma das bases principais do turismo.


A hotelaria é um subsistema do sistema de turismo e, como tal, interage com as demais partes e influencia, assim como é influenciada, pelo desempenho do todo. O sistema do turismo, por sua vez, está envolvido por outros sistemas maiores, em um meio ambiente em permanente processo de mutação e constituído por numerosos condicionantes sociais, políticos, culturais, tecnológicos, ambientais e econômicos (PETROCCHI, 2002).


                        O setor hoteleiro sofreu uma expansão tão grande que converteu-se em um dos mais importantes para a economia do mundo. Nas últimas décadas, este fantástico crescimento contribuiu para o aparecimento de novas modalidades hoteleiras, para os mais diversificados nichos. Chegou mesmo a substituir algumas cadeias mais antigas e tradicionais ao oferecer novos produtos, ampliando a sua participação no mercado.

                        Castelli (2000) assevera que:

não basta somente satisfazer as exigências dos clientes, mas é preciso fazer melhor do que os concorrentes. A qualidade passa a ser uma poderosa arma estratégica ou uma vantagem competitiva.


                        Atendendo à estas condições, está o aparecimento da tecnologia da informação, que se tornou um instrumento muito importante na diferenciação por preço e na qualidade dos serviços oferecidos pelos hotéis.

                        Como exemplo do uso da tecnologia da informação no setor de hotelaria, a cadeia de hotéis Choice Hotels International Inc, dos hotéis Marriot e o grupo Holliday Inn Worldwide são referências, pois usam esta ferramenta em rede e se utilizam da Internet para a reserva de apartamentos em escala mundial há muito mais tempo do que qualquer outra rede (LAUDON e LAUDON, 1999).

            Este mercado é extremamente competitivo, por isso faz-se necessário a obtenção da excelência através do uso da Internet.




                        Nunes (2010) cita dados da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (ABIH) mostrando que o setor hoteleiro no Brasil tende a se aproximar de um faturamento de R$ 2 bilhões ao ano com uma média de 120 unidades construídas também por ano. Morrison e Teixeira (2004) mencionam que este setor é o quarto maior empregador, pois possui diversos tipos de receitas, além da hospedagem em si: bebidas, alimentação, telefonia, aluguéis de espaços para eventos, etc.

                        A Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (ABIH) faz a seguinte classificação na hotelaria brasileira:
           
·        Compostos por empresas de gestão familiar, que são mais comumente chamados de independentes;

·         Compostos por grandes redes hoteleiras de capital nacional;
·        Compostos por grandes redes internacionais que se estabeleceram no país.

Mesmo o Brasil sendo um país considerado de alto grau atrativo para o turismo, a sua hotelaria está concentrada apenas nos estados do Sudeste e do Sul, por ter ainda pouca tradição neste setor, cujo início foi com as hospedarias que os imigrantes implantaram ao longo das estradas e em algumas cidades mais centrais, como Rio de Janeiro e São Paulo.

      O SEBRAE (2011) coloca o país em 13º lugar no ranking do turismo mundial, entre os diversos países com tradição de população que mais viajam. Este dado é baseado em estudo realizado pelo World Travel e Tourism Council, em 2009, com 181 países. Coloca também o Brasil como líder do turismo na América Latina e entre os 10 primeiros países em PIB de turismo, em 7º lugar como gerador de empregos diretos e indiretos, e em 5º lugar quanto à rapidez do crescimento de investimentos.

            Em outro estudo o SEBRAE informa que as micro e pequenas empresas no Brasil são essenciais ao turismo e estão muito presentes no setor hoteleiro



Figura 1 – Evolução do setor hoteleiro
Fonte: SEBRAE




                        Pode-se definir o comércio eletrônico como toda a transação de negócios fechado através da Internet. Na visão da ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DO TURISMO (2003) este tipo de comércio abrange todas as atividades com vendas feitas através de meio eletrônico e é extremamente eficaz em relação a custos, pois consegue uma comunicação ágil com os mercados-alvo, possibilitando a integração com parcerias de interesses comuns, além de proporcionar um alcance maior de público.

                        Na opinião de Cruz e Gâmdara (2003),


“inovar e melhorar permanentemente a qualidade da oferta deve ser uma das estratégias do marketing turístico. Devido a globalização e a diversidade crescente da oferta de produtos e serviços turísticos, o setor está profundamente competitivo“.


                        Existem dois formatos de comércio eletrônico: Business to Business e Business to Consumer, onde o primeiro, também chamado de B2B, são as relações de produção e comércio ente empresas, enquanto a segunda  são as relações de comércio das empresas com seus clientes.

                        O comércio eletrônico desenvolveu-se a partir do aumento do volume de usuários, que a cada dia se utilizam da Internet para suas compras. O setor de turismo e na sua cola o setor de hotelaria cada vez mais ocupa espaço na economia e no campo empresarial. Mas, este aumento de clientes traz também alguns problemas. O primeiro deles é de saber onde estão as informações que realmente têm importância, pois cada site pode colocar as informações onde achar melhor, escondendo algumas vezes, elementos de suma importância para o cliente. Outro problema é a velocidade, em razão de sites com muitas imagens e animações, o que afeta a rapidez e o tempo que se deseja. O terceiro problema é a insegurança do cliente em comprar on line.

            De acordo com a ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DO TURISMO (2003), estes seriam os problemas:



Parte do problema está relacionado ao porte e ao custo de algumas tecnologias de informação, bem como facilidade de implementá-los no contexto de organizações que passam por processos rápidos de crescimento e mudança. Além disso, algumas soluções novas, elaboradas para empresas grandes, estáveis e voltadas ao mercado global, têm pouca adequação estratégica a operações pequenas, dinâmicas e locais. Por essas razões, as necessidades desse tipo de empresa devem ser tratadas de acordo com vários fatores, como seu posicionamento no segmento em que atua, seu crescimento potencial, suas propriedades de longo prazo, etc. Da mesma forma, esses fatores evoluem de acordo com o ciclo de vida de cada empresa.



                        Mesmo com alguns problemas, a Internet é hoje em dia um dos canais de distribuição de suma importância e a rede hoteleira não pode dispensá-la. E, para isso, torna-se de extrema importância o uso de outra ferramenta: o marketing eletrônico. Este meio carece de mais dedicação, pois possui um alcance inimaginável há algum tempo atrás e algumas vezes é subutilizado ou até mesmo não utilizado. Por outras, é usado de modo errado, saturando o cliente com informações que ele não pediu.

                        O marketing eletrônico bem feito aumenta consideravelmente a vontade de o cliente ver in loco o que está recebendo na informação. Além de a informação poder ser atualizada de modo ágil e rápido, o que facilita para promover ofertas recém-lançadas.

                        Este tipo de comunicação também se beneficia do uso do correio eletrônico, que tende a chegar a um número de usuários bem maior. De acordo com dados da ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DO TURISMO (2003), este tipo de correio é excelente na divulgação de ofertas e informações tendo um custo bem baixo e em curto prazo, além de estar se tornando mais atraente com a utilização de imagens e movimentos.

                        Porém, o marketing eletrônico precisa de um gerenciamento de relacionamento de clientes, também chamado de CRM - Customer Relationship Management.

                        Na definição da ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DO TURISMO (2003) o CRM,


implica acumular informações mais profundas sobre clientes ou contatos. No caso dos consumidores, essas informações geralmente inclui perfil social e demográfico, interesses e atividades, necessidades passadas e possíveis necessidades futuras, etc. [...] No contexto das destinações ou das empresas turísticas, a meta deve ser a manutenção do relacionamento com os clientes antes, durante e depois da visita, através da Internet, de correio eletrônico, da central de atendimento telefônico, dos terminais eletrônicos, dos escritórios de informação turística, etc.


                        O CRM permite que se criem programas de fidelidade, pois colhe informações específicas de necessidades por meio de técnicas de pesquisas de mercado e os guarda em sistemas, visando o direcionamento do produto ao cliente certo. Uma empresa hoteleira precisa manter seu cliente fiel e a maneira mais atraente é oferecendo-lhe atrativas ofertas e que pode fazer uma correta gestão do CRM.

                        Por ser um investimento complexo e não muito barato, é necessário que seja antecedido de pesquisas e planejamento, pois é necessário ter o seu próprio servidor, programas especiais e computador potente, além de conexão permanente com a Internet.

                        Pela ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DO TURISMO (2003) o ideal é se colocar no lugar dos usuários e fazer um planejamento detalhado, pensando nas necessidades deles. Porém, é imprescindível a manutenção pertinente do site, além de seu desenvolvimento constante.



Figura 2 – Pilares de Sustentação do Comércio Eletrônico
Fonte: Adaptado de ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DO TURISMO (2003)


                        O monitoramento, a avaliação e a atualização devem ser constantes, visando manter os usuários e a conquista de novos. Segundo Edwards (apud CRUZ e GÂMDARA, 2003),


“não se deve construir um site na web, e depois abandoná-lo e ver o que está acontecendo só de vez em quando”.


                        No desenvolvimento de um site, de acordo com a OMT (2003) deve ser levado em conta e avaliados, os seguintes pontos:

·         conteúdo: sempre atualizado, conciso, relevante e detalhado;

·         design: deve-se certificar que seja atrativo, fácil de usar e de simples entendimento;

·         ferramenta de pesquisa: deve ter uma ferramenta de pesquisa fácil de utilizar;

·         velocidade: a operação deve ser rápida para facilitar quem utiliza equipamentos lentos;

·         visibilidade: endereço claro e com registro em sites de busca;

·         capacidade de reserva: simplicidade de averiguação de disponibilidade, reservas e pagamento com garantia de segurança;

·         links: deve proporcionar links para acessar outros sites;

·         personalização: conhecer os clientes que já visitaram o site;

·         ajuda: dever fornecer ajuda para a navegação no site;

·         resposta a consultas: mecanismo eficiente para consultas;

·         idiomas: deve possuir opções para as línguas mais faladas.



Figura 3 – Home page Hotel Marriott Brasil – Rio de Janeiro
Fonte: http://hoteis.marriott.com.br

                        Determinados sites permitem ao usuário a reservas on-line, por meio de um sistema que se utiliza de formulários que são preenchidos no site ou por e-mail. Nas reservas pela Internet, inicialmente é imprescindível a criação de uma forma de pagamento para disponibilização ao cliente, ou seja, a forma ideal que deseja este deseja pagar. As formas de pagamento mais empregadas na Internet são: boleto bancário e cartão de crédito. Porém, muitos clientes ainda optam por comprar serviços de viagem diretamente com a empresa. Essa desconfiança pelo comércio eletrônico vem retardando a aumento do comércio eletrônico no setor hoteleiro.


Figura 4 – Home page Hotéis Mercure
Fonte: http://www.mercure.com

                       
                        Em suma, o teor de um site deve ser atualizado e conciso, pois, diz a ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DO TURISMO (2003),


a Internet se presta a textos curtos e concisos, sendo interessante utilizar itens e parágrafos curtos, em vez de longas sessões de prosa.





AKSU, A. Akin; TARCAN, Ebru. The Internet and five-star hotels: a case study from the Antalya region in Turkey. International Journal of Contemporary Hospitality Management. v.14, n.2, p. 94-97, 2002.

ALBERTIN, Alberto Luiz. Evolução do comércio eletrônico no mercado brasileiro. In: ENCONTRO DA ANPAD, 24., 2000.

BUHALIS, Dimitrios. Strategic use of information technologies in the tourism industry. Tourism Management, vol. 19, n. 5, p. 409-421, 1998.

Carrijo, B.; Velani, M. A importância da internet para o setor hoteleiro. Faculdade Estácio de Sá. Curso de Turismo. Rio de Janeiro, 2011.

 CRUZ, Gustavo da; GÂMDARA, José M. G. O turismo, a hotelaria e as tecnologias digitais. Revista Turismo Visão e Ação, Itajaí, v.5, n.2, p.105 -127, 2003.

JEONG, M.; LAMBERT, C.. Adaptation of an information quality framework to measure customers' behavioral intentions to use lodging Web sites. International Journal of Hospitality Management, vol. 20, n. 2, jun. 2001, p. 129-146.

LA TORRE, Francisco. Administração hoteleira. Parte I – Departamentos. São Paulo: Roca, 2001.

LAUDON, Kenneth C ; LAUDON, Jane Price. Sistemas de informação com internet. 4. ed. Rio de Janeiro: LTC, 1999.

MATOSO, João Manuel Guerreiro. A informática na hotelaria e turismo. Lisboa: Plátano Edições Técnicas, 1999.

MORRISON, A.; TEIXEIRA, R. Desenvolvimento de empresários em empresas de pequeno porte do setor hoteleiro: processo de aprendizagem, competências e redes de relacionamento. Revista de Administração Contemporânea. Curitiba, vol.8, no.1. Jan./Mar. 2004

NUNES. Flávia. Setor hoteleiro é promessa em contratações. Março/2009. Disponível em<http://www.administradores.com.br/informe-se/informativo/setor-hoteleiro-e-promessa-emcontratacoes/25893/>. Acesso em 19/06/2012

ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DO TURISMO. E-business para turismo: guia prático para destinos e empresas turísticas. Tradução de Roberto Cataldo Costa. Porto Alegre: Bookman, 2003. Título Original: E-business for turism: Practical Guidelines for turism destinations and business.

PETROCCHI, Mario. Hotelaria: planejamento e gestão. São Paulo: Futura, 2002.
World Travel & Tourism Council – WTTC <http://www.wttc.org/research/economic-impact-research/> Acesso em: 18 Jun 2012.

SEBRAE. Copa de 2014 deverá trazer 600 mil turistas ao Brasil. Disponível em <www.sebrae.com.br>. Acesso em 18/06/2012.

SEBRAE. Ações em prol do turismo mantém país em 13º em ranking mundial. Agência
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SEBRAE. Sebrae vai multiplicar investimentos em turismo. Disponível em
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