SUCESSO
NUMA MULTINACIONAL PEQUENA
"50
CASOS REAIS DE ADMINISTRAÇAO” - PETER DRUCKER
1
– RESUMO
O
caso nos relata o sucesso da empresa suíça Urania A.G. que, ao contrário do que
se pensa a respeito de multinacionais, não é de grande porte, possuindo apenas
900 pessoas seu quadro de funcionários.
Esta
empresa, há mais de vinte anos atrás, estava a beira da falência e conseguiu sobreviver
graças ao esforço de um ex-professor universitário e funcionário de um dos maiores bancos suíços, que por estar
entediado com seu trabalho resolveu se lança à empreitada “insana”, como dito
por ele mesmo, de administrar a empresa.
A
Urania A.G. fabricava engrenagens para ferrovias com sistemas de cremalheiras
que ao tornar-se obsoleto foi substituído pelo sistema de cabos. E, apesar de
possuir todos os produtos para este último sistema, nunca procurou vendê-los,
mas mantinha grande estoque de peças para a antiga ferrovia e ainda havia
montado equipes para a manutenção das mesmas.
Hoje, a empresa é uma das mais lucrativas do mundo, pois
é líder no segmento das engrenagens de precisão para meios de transporte
especializados, tais como, bondinhos aéreos e teleféricos. Possui instalações
em mais de trinta países e se concentra também na assistência técnica e em
serviços de projetos.
Segundo o seu administrador, ele só fez na empresa o que
todos os livros de administração dizem que se deve fazer.
2. COMENTAR O CASO À LUZ DAS
CONTRIBUIÇÕES DE ABRAHAN MASLOW, FREDERICK HERZBERG, DOUGLAS MCGREGOR E GEORGE
ELTON MAYO. NESSES COMENTÁRIOS DEVE FICAR EVIDENCIADO QUE O ALUNO COMPREENDEU O
CASO, OS ENSINAMENTOS DOS AUTORES EM FOCO E AS CORRELAÇÕES ENTRE O CASO E ESSES
ENSINAMENTOS. É ESSENCIAL QUE HAJA COMENTÁRIOS BASEADOS NOS ENSINAMENTOS DE
TODOS OS QUATRO AUTORES.
a) Afinal de contas o que motiva um empreendedor? Eis uma
pergunta com muitas respostas. Mas vamos procurar uma que tenha algum alicerce,
buscando a famosa pirâmide de Maslow, pois segundo
ele, há uma hierarquia de necessidades a serem preenchidas e, conforme a pessoa
satisfaz uma delas, tenta alcançar outra e mais outra. Então, assim que preenche
suas necessidades fisiológicas (comer, lugar para dormir e etc.), a pessoa
parte para a conquista da segurança (física, financeira, de saúde). Quando isso
é satisfeito, aparece mais um fenda a ser preenchida, que é a necessidade de
ser amado (por amigos, companheiro, filhos). A seguir, vem a auto-estima e a
vontade de conquistar o respeito e a confiança dos demais. Enfim, a
auto-realização, a busca por um conhecimento maior sobre si e o mundo. No caso
do gestor da Urania A.G, antes de ele conhecer a empresa, sentia-se
completamente insatisfeito com seu trabalho, pois já alcançara a satisfação
total com ele. Quando viu que a empresa representava um novo desafio, resolveu
lançar-se a ele sem pensar muito. E, transportando essas necessidades para a
empresa, teríamos as necessidades de sobrevivência do negócio (pagar as contas,
gerar dinheiro). No degrau seguinte, viria a necessidade da empresa ter identificação
própria, de plantar raízes concretas no mercado. Após, viria o anseio de que o
negócio tenha visibilidade e seja identificado com valor pelo mercado.
b) De acordo com a teoria de Herzberg,
que está ligada diretamente às técnicas para a administração comportamental, os
aspectos motivacionais dentro da empresa são de suma importância para o alcance
dos objetivos pessoais e para a própria empresa, demonstrando como prevenir
insatisfação e gerar satisfação.
Dentro de uma empresa os empregados
que são motivados pela competência buscam o comando do trabalho, o
desenvolvimento das atividades de resolução de problemas e esforçam-se em ser
inovadores. Em geral executam um bom trabalho devido à satisfação interior que sentiram
ao fazerem isso. As pessoas motivadas pela competência também esperam um
trabalho de alta qualidade daqueles com quem interagem e tendem a tornar-se
impacientes caso o seu trabalho saia com um nível inferior. Sua preocupação com
a qualidade do trabalho é tão grande que a quantidade da produção e a
importância dos relacionamentos humanos ficam em segundo plano.
Muito
provavelmente foi um dos conceitos usados pelo administrador da Urania A.G.,
pois quando um funcionário tem prazer e motivação em trabalhar, o
desenvolvimento empresarial é mais acelerado. O gerente tem um papel
fundamental na motivação das pessoas. A influência gerencial sobre os
subordinados exige liderança eficaz e uma contínua motivação da equipe. A
motivação funciona como um impulsionador do comportamento humano.
c)
Segundo McGregor na base de todas as decisões de qualquer gerente, seja qual
for o seu posicionamento hierárquico, encontram-se convicções a respeito da
natureza do comportamento humano. A teoria X considera a capacidade da maior
parte das pessoas improvável e não muito expressiva. De acordo com essa teoria
o trabalho só será produtivo se for encontrado algo que compense as
deficiências mais comuns, tais como julgamento errôneo, passividade e
irresponsabilidade. Já a teoria Y baseia-se na observação de que muitas
pessoas, sob condições corretas, poderiam encontrar satisfação no trabalho,
passando a despender um maior esforço, do que em resposta somente a coerção.
Possivelmente,
o empresário em questão também lançou mão desta teoria ao gerenciar Urania A.G.,
pois por ser a teoria X um estilo gerencial da escola tradicionalista, com um
princípio de dirigir e controlar através da autoridade, ele valeu-se da teoria
Y onde se declara que nas organizações a colaboração humana é dosada muito mais
pela sensibilidade, exigindo que os gerentes descubram como utilizar da melhor
forma o potencial representado pela força de trabalho disponível.
Ao
integrar os objetivos individuais com os da organização, a teoria Y destaca que
o dispêndio do esforço físico e mental no trabalho é tão natural como a
distração e o descanso. Que o ser humano praticará a auto-orientação e autocontrole
a serviço dos objetivos que se empenhou em alcançar, e que este empenho é em função
das recompensas atribuídas ao êxito da tarefa. E ainda que o ser humano médio
aprende em condições apropriadas, não só a aceitar, mas também a de procurar
responsabilidades e que a capacidade de exercer em grau relativamente elevado a
imaginação, o talento e o espírito criador na solução de problemas
organizacionais existe em larga escala nas pessoas e que nas condições de vida
industrial moderna, as potencialidades intelectuais do ser humano médio são
utilizadas parcialmente.
d) A teoria da motivação
procura explicar os porquês do comportamento das pessoas. Ao contrário de
outras teorias, em que a motivação era pela busca do dinheiro e das recompensas
salariais e materiais do trabalho, a experiência feita por Elton Mayo em Hawthorne
demonstrou que o pagamento, ou recompensa salarial, não é o único fator
decisivo na satisfação do trabalhador. Ele e sua equipe passaram a chamar
a atenção para o fato de que o homem é motivado por recompensas sociais,
simbólicas e não-materiais e que a compreensão da motivação do comportamento
exige o conhecimento das necessidades humanas. A teoria chamou-se Teoria das
Relações Humanas e constatou a existência de certas necessidades humanas fundamentais,
que são:
·
Necessidades Fisiológicas – São as chamadas
necessidades vitais ou vegetativas, relacionadas com a sobrevivência do
indivíduo. Exigem satisfação periódica e cíclica. As principais necessidades
fisiológicas são as de alimentação, sono, atividade física, satisfação sexual,
abrigo e proteção contra os elementos e de segurança física contra os perigos. A
experiência de Hawthorne revelou que a Western Eletric desenvolvia uma política
com relação ao seu pessoal que atendia plenamente às necessidades mais básicas
dos empregados. Uma vez satisfeitas essas necessidades, elas passaram a não
mais influenciar o comportamento deles. Deste modo, o comportamento passou a
ser motivado por outras necessidades mais complexas: as necessidades
psicológicas.
·
Necessidades Psicológicas – São necessidades
exclusivas do homem. São aprendidas e adquiridas no decorrer da vida e
representam um padrão mais elevado e complexo de necessidades. As necessidades
psicológicas são raramente satisfeitas em sua plenitude.
·
Necessidade de auto-realizarão – São produto da
educação e da cultura e também elas, como as necessidades psicológicas, são
raramente satisfeitas em sua plenitude, pois o homem vai procurando
gradativamente maiores satisfações e estabelecendo metas recentemente
sofisticadas. A necessidade de auto-realização é a síntese de todas as outras necessidades.
É o impulso de cada um realizar o seu próprio potencial, de estar em contínuo auto-desenvolvimento
no sentido mais elevado do termo.
A partir da teoria das relações humanas podemos inferir que o
administrador da Urania A.G. usou esses conhecimentos em sua empresa e também
em sua vida profissional, pois seu comportamento “insano” foi a tensão
persistente que o levou a adquirir a empresa, visando a satisfação de sua necessidade
de auto-realização
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