RESUMO
Tecnologia, saúde e
falta de informação, uma combinação que pode gerar vários problemas
relacionados à saúde do usuário. Este trabalho tem como finalidade apresentar
alguns aspectos sobre os malefícios causados pela falta de informação e mau uso
da tecnologia. Serão apresentadas pesquisas que relatam as conseqüências que o
usuário poderá vir a ter, desde lesões no corpo, olhos, até problemas de
isolamento, depressão, entre outros. O principal problema é que o usuário não
tendo conhecimento sobre estes problemas, quando os percebe já pode ser tarde.
A prevenção e o uso adequado da tecnologia são os principais fatores para uma
boa qualidade de vida.
Palavras-chave: Saúde,
tecnologia, Internet, computadores, doenças, exercícios
ABSTRACT
Technology, health and lack of information, a
combination that can generate several health related problems of the User. This
work is purpose to present some aspects about the harm caused by lack of
information and misuse of technology. Research will be presented reporting the
consequences that the User may have, since lesions in the body, eyes, even
problems of isolation, depression, among others. The main problem is that the
User has no knowledge about these problems, when the notice may already be too
late. The prevention and the use appropriate technology are key factors for a
good quality
life.
Keywords:
Health, technology, internet, computers, diseases, exercises
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO........................................................................................................... 1
2. A procura de informações
sobre saúde na Internet............. 2
3.1 Novos aspectos da ética
médica ou nova ética médica?..... 6
3.2 O autocuidado........................................................................................................ 7
3.3 A qualidade da informação na rede................................................................ 12
4. A opinião dos
profissionais de saúde................................................ 15
4.1 Alguns Endereços Médicos na Internet........................................................ 16
5. Doenças que o computador
poderá trazer ao usuário..... 18
5.1Síndrome da Internet Dependência................................................................. 33
6. PESQUISA............................................................................................................... 38
6.1 Metodologia da Pesquisa.................................................................................. 38
6.2 Resultados............................................................................................................ 39
6.3 Conclusão............................................................................................................. 42
CONSIDERAÇÕES FINAIS...................................................................................... 43
REFERÊNCIAS........................................................................................................... 50
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS........................................................................ 51
LISTA DE FIGURAS
Figura
1 – Site de saúde – Exemplo 1.......................................................
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3
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Figura
2 - Site de Saúde – Exemplo 2........................................................
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4
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Figura
3 - Site de Saúde – Exemplo 3........................................................
|
5
|
Figura
4 – Exposição á tela do Monitor.....................................................
|
19
|
Figura
5 – Localização do Monitor.............................................................
|
21
|
Figura
6 – Posição adequada do monitor.................................................
|
23
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Figura
7 – Postura Visual Correta..............................................................
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24
|
Figura
8 – Prevenção da postura...............................................................
|
25
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Figura
9 – Local de Trabalho Ideal.............................................................
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26
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Figura
10 - Prática de Exercícios...............................................................
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40
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Figura
11 - Quantidade de horas por dia...................................................
|
41
|
LISTA DE TABELAS
Tabela1:
Lesões mais comuns que afetam os usuários.........................
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28
|
1. INTRODUÇÃO
Não se pode negar que a evolução da
tecnologia nos beneficia em muitos pontos e deve-se ter a consciência e avaliar
o quanto essa evolução pode beneficiar e quais são os aspectos negativos que
ela traz a sociedade.
Este trabalho
se refere a pesquisas e questões referentes aos males que a evolução da
tecnologia trás para a sociedade no aspecto relacionado à saúde dos usuários.
Algumas questões, como a popularidade da Internet e de como ela está produzindo
uma geração distante do convívio social, pode-se dizer, construindo uma fábrica
de solitários, e sobre qual seria o impacto social da Internet ou será que há
algum impacto? A redução do convívio social dos internautas com suas famílias e
amigos, quanto tempo estas pessoas estão destinando ao lazer e ainda pesquisas que
apontam quais são os principais males da utilização dessa tecnologia.
Serão
analisados também relatos sobre como a classe médica observa essa evolução e
qual é a opinião dos profissionais de saúde, descrições e orientações das
principais doenças causadas pelo uso em excesso dessa evolução tecnológica e
quais as suas conseqüências, identificando qual o grande prejudicado dessa
história e um levantamento de opiniões dos usuários sobre o assunto em questão.
2. A procura de informações sobre saúde na
Internet
Conforme
informações da Folha On-line em 23/07/2009, mais de dois terços dos internautas
procuram na Internet informações relacionadas à saúde. O número tem como base
pesquisa feita com 6800 usuários pela empresa de anúncios virtuais Burst! Media.
De
acordo com as pesquisas as mulheres são mais curiosas que os homens em relação
a doenças, remédios e tratamentos: em média, 74% delas fazem esse tipo de buscas,
contra 62,1% dos homens.
As
porcentagens variam de acordo com a faixa etária, antes dos 18 anos, 1,5% das
usuárias informam-se na Internet sobre saúde, enquanto 80% delas fazem o mesmo
quando têm entre 25 e 44 anos. Entre as internautas com idades que vão dos 45
aos 64 anos, a porcentagem chega a 82%.
Cerca de
3400 entrevistados disseram já ter procurado na Internet informações sobre uma
doença específica, enquanto 43,9% foram em busca de dados sobre tratamentos. A
porcentagem de usuários interessados em remédios chega a 30,9%[1].
Uma
pesquisa da Universidade Stanford entre 35.000 usuários de Internet em cidades
americanas provou que o uso sem critério da rede está cunhando uma nova camada
de indivíduos solitários e depressivos que se escondem nos computadores e não
se incomodam com o mundo concreto. Estima-se que pelo menos 200.000 americanos
perderam o domínio sobre o uso da Internet e hoje padecem de um mal, alistado
pela Associação Americana de psicologia como PIU (Pathological Internet Use) ou Uso Doentio da Internet, cujo sinal principal
é o uso preferencial ou peculiar pela Internet do que outras coisas do dia a
dia habitual, afastando-se de seus amigos, familiares e até mesmo da vida
profissional.
3. Sites de Saúde - Qual é o grande perigo deles?
De acordo com Gunther Eysenbach,
fecundo autor “cibermédico” e editor do jornal virtual Journal of Medical Internet Research, o Yahoo americano e europeu
constataram que existiam cerca de 34 mil sites vinculados à saúde, e chegaram a
conclusão que isso representava um pouco
mais ou um pouco menos que 30% dos sites existentes. Desta forma, haveria algo
em torno de cem mil sites pautados em
saúde naquela esfera.
Já
no Brasil, torna-se complexo dimensionar o número destes sites, pois em uma
rápida pesquisa no site do buscador “Google” no tópico relacionado á saúde,
chegou-se, no dia 10/08/2009, às 12h e 30 min, ao incrível número de 87.200.000
resultados com as mais variadas características, finalidades, temas e teores.
Existem,
ainda, diversos trabalhos em sites americanos que mostram o quanto é crescente
o uso da internet por médicos e também pelos chamados “cibercondríacos”.
O
termo “telemedicina” pode ser usado como um guarda-chuva, pois consegue
englobar muitas atividades da medicina que estariam à distância. Pode-se inserir
neste termo até mesmo uma chamada de telefone entre o paciente e o seu médico.
Existem outros “sinônimos” para este termo: “telesaúde” (telehealth), “saúde on-line” e “e-saúde”.
Eysenbach,
que é considerado um dos mentores da cibermedicina, e os colaboradores,
demarcam fronteiras mais largas e fazem ver que é quase infinito a amplitude
que podem alcançar as modalidades da cibermedicina.
Existe,
de uma maneira generalizada, duas especificidades na medicina: a
diagnóstica/curativa e a preventiva/saúde pública mais moderna.
Esta última possui
destaque na prevenção da saúde e no autocuidado, sendo que este passa a assumir
um novo destaque junto aos consumidores finais.
3.1 Novos aspectos da ética médica ou
nova ética médica?
Com
o desenvolvimento crescente de novos recursos técnicos apontados especialmente
para o diagnóstico e tratamento os temas da convencionalmente chamada ética
médica começaram a passar por modificações a partir do momento em que a
biomedicina passou a adotar aspectos tecnobiocientíficas. Estas ocorrências
tendem a criar circunstâncias que geram novos problemas éticos.
Como
conseqüência destas transformações, a visão tradicional da deontologia médica
se desloca. Esta, comumente, é analisada como a afluência de normas norteadoras
dos comportamentos de um determinado grupo profissional nas relações com suas
áreas de ação. No caso da medicina, com seus semelhantes e seus clientes, onde
se destaca a relação médico e paciente e suas atribulações.
Se
existem modificações evidentes oriundas notadamente das inovações tecnológicas,
sem equívoco, o terreno da ética médica vem sendo tomado por novas modalidades
de dificuldades. Por exemplo, o renomado bioeticista Peter Singer (2000)
apresenta uma descrição pormenorizada de tais aspectos e marca assuntos como:
·
a crescente apreensão com a qualidade nos
cuidados no fim de vida;
·
a idéia de princípios para servir como
fundamento ético para lidar com o erro médico;
·
o incremento de aspectos éticos para amparar deliberações
autênticas e imparciais no estabelecimento de precedências e alocação de
recursos;
·
a procura de concordância na biotecnologia e
nas fontes de financiamento quanto a aceitabilidade da pesquisa com células-mãe
(tronco);
·
a discussão sobre a inserção da ética médica
nos currículos médicos e o ocasião mais apropriado de introduzi-la.
Existem outras conjunturas emergentes que
sinalizam mais abertamente um imperativo de revalidação do campo deontológico.
Por exemplo, as altercações sobre uma dita bioética global, apontada não apenas
a problemas dos estados economicamente fortes. Um assunto atual a este respeito
trata das perversidades em saúde e arrastou a quebra de patentes de
medicamentos anti-HIV para torná-los mais acessíveis a infectados de países
economicamente mais fracos. Há também questões éticas envolvendo a dita “e-saúde”
(e-health – disponibilização de teores
sobre assuntos de saúde em redes eletrônicas de informação).
3.2 O autocuidado
Curiosamente
a palavra “cuidar” deriva do latim cogitare,
o mesmo que traz pensar, cogitar, julgar, supor – uma atividade digna da mente
humana. Na forma reflexiva – cuidar-se – é ter cuidado consigo mesmo, com a sua
saúde, a sua aparência ou aspecto (Ferreira, 1999). Podemos, então, ponderar
que a idéia do cuidado de si leva uma conotação ditada por aspectos cognitivos,
conscientes e, sobretudo, volitivos. Parece, então, admissível pensar na alusiva
reflexividade – autocogitação – introduzida na noção de autocuidado.
O
conhecimento egocêntrico de própria identidade que reconhecemos se fundeia nas
chamadas fontes ortodoxas do self da
tradição filosófica ocidental, cuja constituição, desde os gregos até os dias
de hoje, conformou uma informação de identidade individualizada, isolado da
coletividade – singularizada, consolidada e que se define reflexivamente
(Taylor, 1994). No entanto, nos dias presentes, esta suposta harmonia está
sendo revista. A constituição da identidade vem se tornando para alguns autores
cada vez mais incoerentes e cambiantes.
Segundo Bauman (2000, p. 40): "(r)esumidamente, a 'individualização' consiste em
transformar a 'identidade' humana de um 'dado' em uma 'tarefa' e encarregar os
atores da responsabilidade de realizar essa tarefa e das conseqüências (assim
como dos efeitos colaterais) de sua realização".
Nestas
situações, podemos sugerir que a compreensão de autocuidado tem facetas que
adentrariam em acordo mútuo com a presteza inabalável de (re)modelagem da identidade.
Contudo, esta não se compõe da
aparência dominante de muitos povos e culturas não-ocidentais, por exemplo,
coletividades de nações como Índia, China, ou de amplas regiões do Sudeste
Asiático e da África (cerca de 80% da população planetária). Sob diferentes
feitios, as respectivas conjunturas culturais amparam atitudes causadoras de
identidades instituídas de modo heteronômico, onde se enfatizam imperativos
familiares e cumprimento de normas éticas formadas, primordialmente, nos
valores da coletividade, dominar idéias de autonomia de “eus”.
(Kleinman, 1995, p. 47): “O 'self', mesmo onde é encarado como sendo singularmente individual é
visto como estando sociocentricamente imbricado em redes sociais inextricáveis,
vínculos íntimos que tornam processos interpessoais a fonte de decisões
vitais... A idéia de primazia do individual é, no entanto, ainda, uma presunção
da ocidentalização."
Tal
parece ser o aspecto ordenador do caminho que deve ser trilhado pelos povos do
planeta em direção à globalização, ambicionado pelo capitalismo monopolista em
suas várias facetas (especialmente, na sociedade pós-industrial, onde incide a preeminência
econômica impetrada pelos âmbitos de serviços e de produção de conhecimentos). Ainda
com as manifestas mostras de bons desígnios, isto parece acontecer nas
políticas de saúde propugnadas por organizações internacionais que destacam a
autonomia, descrição acentuada do individualismo do Ocidente. Tanto a promoção
da saúde como a epidemiologia que lhe serve de apoio brotam de uma
reorganização tardo-moderna da medicina (Bunton e Burrows, 1995) que adota
novos contornos.
Isto
é evidente no caso do autocuidado. Existem formatos diversificados de “se autoconstruir
saudavelmente" mediante atividades físicas conduzidas para:
·
Evita-se riscos (por exemplo: cardiovasculares);
·
Funções reabilitatórias (para os muito obesos
ou de meia-idade que procuram se sentir bem-dispostos);
·
Aspectos estéticos (voltados para a aparência
aspectos estéticos (voltados para a produção de aparências pessoal de beleza e alguns
atrativos corporais freqüentemente padronizados e cultuados por expressões
populares como “sarado/sarada”);
·
Relativas a desempenhos (competições atléticas,
amadoras ou não), entre outras.
Porém existem dados dignos de importância particular
no que alude ao volume da ”'aptidão” (fitness)
(Bauman, 2000). Sem embarcar nas distinções e imbricações deste conceito e o de
boa saúde, cabe assinalar a conexão dos cuidados com a saúde permanecerem acoplados
também à idéia de se estar apto e bem-disposto fisicamente.
Em
específico, envolvem as impressões subjetivas de ser dono de capacidades, alcançadas
por meio de disciplinado treinamento. Em muitas situações, na atualidade,
homens e mulheres buscam sustentar seus corpos aprontados e combinados em forma,
para lidar com as provas ao ar livre, arriscadas, tais como nos ralis e provas
de resistência em áreas inóspitas e em esportes radicais. E, também, para o imprevisto
em potencial proporcionado por múltiplas probabilidades de opções no menu de peripécias
da vida contemporânea.
A
busca de disposição incide em uma situação de repetido e interminável
treinamento, em que o autoescrutínio está sempre presente e a agonia diante da probabilidade
de perda da forma é constante. Há vestígios de compulsividade aditiva em tais
condições, provavelmente ligada a liberações de neurohormônios euforizantes,
sendo assim comparadas a estados análogos de dependência farmacológica.
Todavia,
inegavelmente, a difusão da noção de promoção da saúde está em rápida expansão.
Em uma ligeira pesquisa internet, acessa-se grande quantidade de trabalhos
sobre o tema em suas diferentes (e nem sempre claras) denominações. Além disso,
esta percepção refere-se à confusão relacionada ao campo em foco. Ao seguir-se a
uma análise crítica dos mesmos termos, assinala-se distintos sentidos nas maneiras
como profissionais especializados empregam idéias e conceitualizações essenciais
à área: promoção à saúde, comportamento na proteção à saúde, comportamento na
promoção à saúde, comportamento na prevenção à doença, comportamento de saúde,
estilo de vida saudável, comportamento na saúde preventiva.
De maneira curiosa, promoção e
promover proporcionam atraentes aspectos polissêmicos (Ferreira, 1999). Por um
lado, podem se referir a melhoria, elevação a uma situação superior, ascensão. Abarca
noções causais, oriundas e, de “instância viabilizadora”. Por outro lado, atrelam-se
a figuras recorrentes de marketing, de propaganda, como estímulo publicitário
(com vistas à divulgação e ao consumo) de certos produtos, idéias, pontos de
vista.
No
campo da saúde, tais sentidos aspiram a se integrar e adquirirem uma importante
dimensão semântica: instâncias viabilizadoras de elementos propiciadores de circunstâncias
superiores. Para alcançar os ambicionados efeitos, utiliza-se de estratégias de
difusão pública, que, decisivamente, se conectam a aspectos retóricos. No caso
em tese, com vistas à boa saúde, ou melhor, à evitação de riscos que a
comprometam. Promover à saúde, promovendo a saúde.
Contudo,
pode-se fazer, em resumo, uma série de apreciações às conjecturas da promoção
da saúde e da decorrente saúde pública promocional. Esta se caracterizaria por
sua atitude modernista.
Segundo Petersen e Lupton "dependente da ciência como baluarte da sua credibilidade e
posição social compartilhando uma crença nos poderes da racionalidade e
organização para alcançar progresso na luta contra o sofrimento e a
doença" (1996).
Esta
probabilidade é aventada pelos teóricos da “governamentalidade foucaultiana”[1] aplicada ao conceito de risco. Para eles,
a regulação e disciplinização estão voltadas para os sujeitos autonomizados,
que se autovigiam na busca de aperfeiçoarem seus interesses de "melhorar
na vida" (Lupton, 1999). Dentre eles, está a saúde, mas, sobretudo do
ponto de vista da capacidade, em uma curiosa mistura de meio e fim.
Incontestavelmente,
brotam originais temas éticos e repercussões socioculturais alusivos ao campo
dos cuidados em saúde e também ao autocuidado (aspecto capital da promoção da
saúde), em função das intercessões entre meios da informática, profissionais de
saúde e clientes que, por sua vez, são convertidos em autores consumidores.
3.3 A
qualidade da informação na rede
Brota
então a importante dificuldade de controle da qualidade dos conteúdos referentes
à saúde na internet. Médicos investigaram a qualidade de informação em 25
websites. Em linhas gerais, vários sites continham informações contraditórias
e/ou datadas e/ou incompletas em diversos aspectos de seus temas específicos.
Mas, os elementos mais dignos de atenção são as questões relativas à
compreensão dos receptores das informações (Valpi).
De
um modo global, as inquietações quanto a qualidade da informação estão voltadas
para ensinar o consumidor, estimular a regulamentação dos órgãos públicos de
saúde, a existência de interesses não compromissados para ponderar a informação
e instituir sanções nos casos de dispersão lesiva ou de má-fé da informação. Existem
alguns projetos de certificação e classificação da informação segura em saúde
na internet como o MEDPics – plataformas de avaliação de conteúdos relacionados
à medicina na internet (Eysenbach, 2000a).
Existem,
também, ações espontâneas de códigos de comportamento na rede (American Medical Association, Internet Heath
Coalition, Health Internet Ethics, Quackwatch – Your guide to health fraud,
quackery and intelligent services e Health on the Net Foundation – HON).
A HON tem sede em Genebra e seu código de
conduta dirige-se à uniformização da credibilidade da informação na rede, sem, entretanto,
ajuizar a qualidade desta informação. Os portais que, em tese, seguiriam tais princípios
auferem do direito de ostentar o selo de qualidade da HON. Sintetizando, estes
princípios, são:
1) Autoridade
– profissionais treinados e qualificados serão responsáveis pela informação
apresentada, a menos que seja declarado expressamente em caso disto não
suceder;
2) Complementaridade
– a informação não substitui o relacionamento existente entre pacientes e
respectivos profissionais;
3) Confidencialidade
– os dados disponibilizados por usuários serão mantido em sigilo (incluindo a
identidade);
4) Atribuições
– quando for o caso, as informações terão a chancela de referências claras a
fontes de consulta, inclusive indicando links para acesso a tais fontes. A data
em que cada página médica foi atualizada deverá ser evidenciada;
5) Justificativas
– similar ao anterior no que se refere a comprovar benefícios e resultados de
tratamentos, produtos, serviços apresentados;
6) Transparência
na propriedade – os administradores visuais do portal devem apresentar
claramente a informação e indicar endereços de contato para visitantes. O
webmaster deverá exibir seu endereço eletrônico em todas as páginas;
7) Transparência
de patrocínio – os apoios (financeiros, materiais e de serviços) devem ser
explicitados claramente, identificando, inclusive, as organizações comerciais e
não-comerciais que tenham participado da construção do site;
8) Honestidade
da publicidade e da política editorial – deve ser claramente explicitado se a
publicidade se constitui em fonte de renda do site. Os proprietários devem
esclarecer sumariamente a política de divulgação empregada. Anúncios e
publicidade devem ser diferenciados em seus contextos de apresentação dos
conteúdos originais produzidos (http://www.hon.ch/HONcode/Portuguese/, setembro
2009).
E, é importante notar que estes portais adotam,
de modo geral, dois dos três princípios de conduta que estão no foco das nas
questões da comunicação de conteúdos em saúde. A informação tem que ser
correta, conexa, apropriada (princípio de correção), explícita quanto aos
autores e patrocinadores (princípio ético). Contudo, não se percebe alusão aos
aspectos que se referem à ponderação de questões básicas referentes à processos
de construção/difusão/consumo dos produtos tecnocientíficos, essencial para o
exercício da crítica. Não se notas estes portais questionando o aumento dos
preços de medicamentos, as fraquezas das políticas públicas, etc.
4. A opinião dos
profissionais de saúde
Segundo
João Ricardo, profissional de saúde e coordenador do site “Boa Saúde” do
provedor de acessos UOL, a Internet é útil ao informar e manter os
profissionais atualizados sobre novidades em suas áreas de atuação, além de
colocar em contato com outros profissionais que comandam os sites, e que na
opinião dele, todos podem ampliar seu campo de conhecimento. Ele também acha importante
o uso da Internet para troca de informações, principalmente os fóruns de
discussões e os grupos de apoio que se reúnem para a troca de experiência, mas para
uma possível consulta e um tratamento, seria arriscado usufruir desta
ferramenta para tal procedimento.
Um
bom conselho que o Dr. Maranhão, consultor do mesmo site citado acima, é que o
nome dos especialistas, a instituição a que pertencem e sua qualificação devem
estar bem claros nas páginas que merecem alguma confiança, é óbvio, mas não
custa repetir: navegar na Internet não pode substituir a ida ao médico.
Conforme
o Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (CREMESP), representada
pela Drª. Regina Parizi de Carvalho, foi publicada no Diário Oficial do Estado,
a Resolução nº097/2001 do CREMESP, que institui o Manual de Princípios Éticos para
Sites de Medicina e Saúde, que resolve alguns artigos para dispor conteúdo
sobre medicina e saúde em sites na Internet. Neste manual são abordados alguns tópicos
de como as informações contidas nos sites devem estar dispostas ao usuário.
4.1 Alguns
Endereços Médicos na Internet
Associação
Médica Brasileira:http://www.amb.org.br
Pesquisa
Bibliográfica no MEDLINE:http://www.ncbi.nlm.nih.gov/PubMed
Médica:http://www.informaticamedica.org.br/informaticamedica
5. Doenças que o computador poderá trazer ao
usuário
As
doenças que a tecnologia causa são muitas e tendem a aumentar, o que fará com
que cada pessoa seja obrigado a adaptar-se, o que ocasiona então, uma maior
procura de informações. E, como a maioria não imagina que essas doenças possam
ser causadas exatamente pelo mau uso da tecnologia, com o tempo isto tende a se
tornar uma gigante bola de neve.
O
pior é que as informações sobre este mau uso não ficam tão visíveis, então as
pessoas usam a tecnologia para agilizarem os seus trabalhos ou para se
divertirem sem preocupar com o que possa acontecer no futuro.
Porém,
atualmente é quase impossível o não uso do computador, o que ocasionará
inúmeras doenças.
● CVS –
Síndrome da visão de computadores
Alguns
estudos mostram que mais de 70% dos usuários padecem dessa síndrome e que os
outros 30% restantes sentem ao menos um dos seus sintomas.
Por
demandar um amplo empenho visual, o computador faz com que seus usuários sofram
deste tipo de problemas e os sintomas tornam-se cada vez mais comuns. Estas
pessoas apresentam os sintomas de fadiga visual que é exatamente associado ao
uso em demasia do computador.
Estes
sintomas começam a aparecer quando o usuário passa um tempo muito demorado na frente
ao computador, pois os olhos humanos não estão preparados para olharem o
monitor muitas horas seguidas. Os monitores são compostos de pixels (pontos minúsculos)
aos quais os olhos não conseguem focar, levando os usuários a forçar a visão na
tentativa e focar e refocar as imagens para mantê-las definidas e com nitidez,
resultando em um maior esforço dos músculos dos olhos. O uso por muito tempo
diminui a freqüência do movimento de piscar, causando, então, ressecamento dos
olhos e como conseqüência, dor. Outros tipos de problemas são dor de cabeça e
no pescoço.
Para
que este problema venha a ser desencadeado, bastam apenas duas horas de
exposição ao monitor. Os principais sintomas são:
Cansaço
dos olhos
Dores
nos olhos
Esforço
excessivo dos olhos
Visão
de perto e de longe ocasionalmente turva
Dores
de cabeça
Olhos
secos
Mudança
lenta do foco de perto para longe
Olhos
vermelhos
Olhos
ardentes
Sensação
de desconforto ao usar lentes de contacto
Mudança
na percepção das cores
Sensibilidade
maior à luz
Lacrimejo
Algumas
providências podem e devem ser tomadas pelos usuários para evitar a Síndrome de
Visão de Computador (CVS):
1. Posicionamento
do monitor 50 a 60 centímetros dos olhos;
2. O topo
do monitor deve estar na altura dos olhos ou ligeiramente abaixo;
3. Se a
pessoa usa documentos junto ao computador, procurar mantê-los perto da tela
como com pranchetas com apoio ou suportes presos diretamente na lateral do
monitor. Estes cuidados minimizam os movimentos da cabeça e dos olhos;
4. Iluminar
bem a sala do computador;
5. Minimizar
os reflexos na tela, alterando a posição do monitor ou das luzes;
6. Evitar
o ofuscamento;
7. Cuidado
com as luzes que possam estar incidindo direto sobre os olhos (como luminárias
de mesa);
8. A tela
do computador é um grande coletor de pó e deve ser limpa freqüentemente para
melhorar a visibilidade;
9. Se
necessário, o suo um filtro anti-reflexo na tela do computador;
Descansos
periódicos são muito importantes também. O uso do computador demanda alongados
períodos com cabeça, olhos e corpo imóveis, que é muito fatigante. Mas, apesar
de todos esses cuidados pode ser necessário que o usuário faça uso de óculos.
●
Ergonomia
A
maior intensidade de atenção pode levar ao stress mental, a fadiga mental ocasiona
a diminuição da percepção, que leva a uma necessidade de maior atenção e que
ocasiona no individuo uma situação de ansiedade. A necessidade de alta atenção
também proporciona a estaticidade postural, que pode levar a dores musculares,
cervicais, lombares e até às LER/DORT. Fisicamente todo este quadro também pode
levar a uma contração do diafragma, que pode gerar dor de estômago, e por incrível
que pareça, dores cervicais e lombares. Também podem surgir advindas dos
tremores e oscilações, dores de cabeça, vertigens e náuseas.
●
Prostatose congestiva
Segundo
artigo da revista Proteção de abril de 2008, atividades ocupacionais que exigem
uma prolongada posição sentada como dirigir automóveis e muitos trabalhos de
escritórios podem provocar congestão venosa intrapélvica que altera a próstata,
gerando uma sintomatologia semelhante á prostatite de lenta evolução. O quadro
pode cronificar-se com recidivas e comprometimento da fertilidade até
constituir um significativo dano biológico.
Atividades
ocupacionais hoje em expansão como os mais sedentários entre os trabalhos de
escritório, podem causar ou concausar alterações anátomo-funcionais
relacionadas com a próstata. Aparecem com particular freqüência em homens de
idade jovem ou adulta que desenvolvem atividades que exigem uma permanente
posição sentada sobre superfícies estofadas que comprimem o períneo.
Usuários
de computadores (uso prolongado) e funcionários de escritórios se queixam,
freqüentemente. Nos casos freqüentemente de cronificação, a prostatose crônica,
assim como toda a condição capaz de alterar a função secretiva da glândula,
determina, a redução da fertilidade. A congestão venosa pélvica pode manifestar-se,
também na mulher, pelo efeito de quase todos os fatores já indicados.
●
LER/DORT
Uma
das doenças mais comum que pode ser encontrado entre os usuários de
computadores é a LER/DORT, é uma síndrome relacionada ao trabalho que traz
sintomas como dor, parestesia, sensação de peso e fadiga, sensação de
formigamento, dormência, perda de força muscular, geralmente nos membros
superiores, onde as conseqüências são a incapacidade para realizar as suas
atividades.
A
síndrome resulta da combinação da sobrecarga das estruturas anatômicas do
sistema osteomuscular com a falta de tempo para sua recuperação. As lesões mais
comuns são demonstradas na tabela 1.
O
Dr. Márcio Moreira Salles, mestre em ergonomia e professor de ergonomia da
Faculdade de Medicina da USP, garante que pacientes com Lesões por Esforços
Repetitivos/Distúrbios Osteomusculares, relacionados ao trabalho (LER/DORT),
devem recorrer a cirurgia somente em último caso. Ele diz que a estatística
mostra que apenas um paciente consegue sucesso a cada 20 operações, 3 pioram e
16 permanecem no mesmo estado.
Tabela1: Lesões mais comuns que afetam os
usuários
Lesões Causas
Ocupacionais Exemplos
|
Lesões Causas
Ocupacionais Exemplos
|
Lesões Causas
Ocupacionais Exemplos
|
Bursite de cotovelo
|
Compreensão do cotovelo contra superfícies duras
|
Apoiar o cotovelo em mesas
|
Síndrome do Canal
Cubital
|
Flexão extrema do cotovelo abduzido.
Vibrações
|
Apoiar o cotovelo ou
antebraço na mesa
|
Síndrome Miofacial
|
Sobrecarga do sistema
músculo-esquelético
|
Pessoa ficar sentada
muito tempo
|
Síndrome do Túnel do
Carpo
|
Movimentos repetitivos de
flexão, mas também
extensão com o punho,
principalmente, se for
acompanhado por realização
de força
|
Digitar, empacotar
|
Tenossinovit e dos
Extensores
dos dedos
|
Fixação antigravitacional do
punho. Movimentos
repetitivos de flexão e
extensão dos dedos
|
Digitar, operar mouse.
|
Fonte:
Norma Técnica sobre Ler/Dort anexada a IN – 98 e Drª. Maria Maeno
●
Fadiga Psíquica
Segundo
artigo da revista Proteção de novembro de 2003, a postura sentada durante
muitas horas para uso do computador provoca uma situação de vulnerabilidade
para se adquirir LER/DORT. Nesse tipo de atividade pode-se falar em fadiga
psíquica em face da tensão inerente à rápida seleção de informações, à resolução
de problemas durante situações críticas e à tomada de decisões. Quanto maior o
tempo de leitura, mais difícil se torna à absorção de informação. Em uma
pesquisa realizada em 1977, com 95 pessoas, em um dos primeiros estudos a enfocar
o estresse e a satisfação em locais de trabalho com terminais informatizados, diagnosticou-se um certo grau de ansiedade em
relação à informatização. O resultado mais gritante foi observado durante um
colapso temporário no sistema de computadores, aonde chegaram à conclusão que
colapsos no computador são uma causa importante do cansaço mental em pessoas
com trabalho extensivo em terminais informatizados].
As
posturas que costumam estar mais relacionada aos riscos de lesão ou sobrecarga musculoesquelética
são: de pé sem se movimentar, sentado ereto, sem apoio para as costas, sentado
sem apoio lombar, sentado a uma altura correta sem um bom descanso para os pés,
sentado em assento muito alto, sentado em assento muito baixo, braços
estendidos, troco inclinado para frente, posição parada, cabeça inclinada para
frente, qualquer posição estática, manutenção de qualquer articulação em sua
posição extrema.
●
Estaticidade postural
Por
questões culturais, pessoas creem que trabalhar em pé é mais penoso que
trabalhar sentado o que é uma mentira, ou seja, as duas posturas ao extremo
levam ao desconforto, o ser humano foi projetado para o movimento, ou seja, se
o corpo permanecer por um longo período estático, isso se torna prejudicial.
Pessoas que permanecem sentadas por muito tempo, apresentam dores lombares, e
adormecimentos diversos. Isso acontece porque há uma maior pressão das vértebras
e sua circulação sanguínea fica comprometida. Vale a pena lembrar que
iluminação, ruídos temperatura entre outros fatores também influenciam
● Alienação
Social
Progresso,
riqueza, Fabrica de fortunas. Alienação social Fabrica de solitários e dependentes
cibernéticos. Para o bem e para o mal, Internet é o fenômeno da virada do
milênio. As infinitas facilidades que a Internet proporciona tem levado muitas
pessoas a perderam o controle de tempo quando estão ligadas as redes. Quando isso
acontece, o resultado é sempre sucedido de prejuízos a saúde e relações
afetivas.
Uma
pesquisa da Universidade Stanford entre 35.000 usuários de Internet em cidades
americanas atestou que o uso abusivo da rede esta criando uma nova categoria de
pessoas solitárias e depressivas que se refugiam nos computadores e não se
interessam pelo mundo real[14]. Estima-se que pelo menos 200.000 americanos
perderam o controle sobre o uso da Internet e hoje sofrem de um mal catalogado
pela Associação Americana de psicologia como PIU (Pathological Internet Use) ou
Uso Doentio da Internet, cujo sintoma básico é o uso preferencial ou exclusivo
pela Internet do que outras coisas do nosso cotidiano. Suas vitimas passam
horas na rede numa onda compulsiva que acaba isolando as de seus amigos,
familiares e até da vida profissional, alimentando um fantasma de um mundo sem
contato humano ou emoções. O uso indevido pode levar a perda de um tempo
irrecuperável, como a de um relacionamento, um abraço, uma palavra, perder uma festa
com amigos, um semestre da faculdade por falta de estudar.
È
uma obsessão como um vicio em jogo e seus efeitos se assemelham ao uso de
drogas, o viciado em Internet costuma ficar triste ou ansioso quando não esta conectado,
passa a ter necessidade de permanecer na rede por períodos cada vez mais
longos, sendo cada vez mais difícil conseguir a satisfação.
A
Internet funciona como uma extensão do mundo psíquico do individuo, um lugar
onde a comunicação escrita estimula os processos psicológicos de projeção e
transferência. No anonimato qualquer pessoa é capaz de revelar seus desejos e
fantasias com liberdade que jamais teria no mundo real. O medo de rejeição
praticamente desaparece, em razão de poder sair de cena a qualquer momento, sem
se deixar rastro de identificação. Qualquer pessoa que possui um computador e
um modem pode tornar-se dependente, a divisória entre a normalidade e a
dependência na Internet esta no impacto desse uso na vida de cada usuário e não
o tempo de conexão. Falaremos mais sobre o assunto no subitem 5.1 Síndrome da
Internet Dependência.
● Contato
Precoce com Tecnologia
Quando
o assunto é avaliar os benefícios do computador na vida dos filhos, os pais não
conseguem chegar em um consenso. Os fabricantes de computadores e software
definem o computador como um algo indispensável na educação das crianças e
alguns educadores concordam com isso, mas sempre existe controvérsia, muitos
deles vêem essa dependência da máquina na educação como algo que pode ser
prejudicial.
Uma
organização chamada Aliança pela Infância (http://www.allianceforchildhood.org)
divulgou nota fazendo um pedindo para que seja proibida a introdução de
computadores nas escolas dos Estados Unidos, até que seja avaliado com mais
cuidado os efeitos do computador sobre os alunos, como por exemplo, problemas
físicos, emocionais, psicológicos, etc. Declaração essa assinada por mais de 85
especialistas de diversas áreas, desde educadores até psiquiatras. A nota
também cita vários efeitos negativos que os computadores exercem sobre
crianças. Segundo o grupo, longos períodos em frente do micro não apenas prejudicam
a criatividade como também as experiências externas da criança com o mundo,
criando um pseudoambiente que difere totalmente do mundo real, como também
aumenta o risco de isolamento social, obesidade e esforço ocular.
Diversos
especialistas no desenvolvimento infantil questionam a conteúdo do relatório
segundo a qual as crianças são limitadas em sua capacidade de pensar de maneira
abstrata. Essa teoria foi exposta por Jean Piaget, teórico do desenvolvimento,
mas há muito tempo abandonada pelos especialistas contemporâneos do desenvolvimento
cognitivo.
Segundo
o psicólogo do desenvolvimento da Universidade da Califórnia em Berkeley,
Alison Gopnik, o que ocorre é exatamente o oposto, os últimos 30 anos de
pesquisa mostraram que até mesmo as crianças mais novas vão muito além da sensação
e da ação e entendem o mundo de uma maneira mais abstrata, comenta Alison.
Fica
claro que a essa organização tem fortes ligações com o enfoque educacional que
dá destaque ao desenvolvimento de capacidades motoras sensoriais nos primeiros
anos, que freqüentemente adia a instrução com leitura intensiva para os segundo
ou terceiro graus e não aprova a assistência à televisão e aos livros
produzidos em massa. A Aliança é uma organização sem fins lucrativos, formada
depois de uma reunião internacional dos seguidores do sistema Waldorf para
analisar a educação no jardim da infância. "Os professores presentes
manifestaram a forte impressão de que algo precisa ser feito para ajudar as crianças",
disse Joan Almon, coordenadora da organização. "Nós vimos problemas relacionados com o estresse e o nervosismo em
crianças espalhadas por todo o mundo como uma epidemia. Além disso, milhões de crianças
estão sendo submetidas a drogas psicotrópicas", ressalta. O grupo
suspeita que o computador poderia ser um dos responsáveis pelo problema.
5.1Síndrome
da Internet Dependência
Interessante
observarmos muitas vezes que o doente percebe apenas a necessidade de aumentar
o tempo transcorrido diante do monitor. Mas rapidamente ele se da conta de que
não consegue suspender e muito menos adiar o uso da rede.
As
características psicológicas das vitimas da internet dependência são, quase
sempre, as mesmas dos toxicômanos clássicos: indivíduos que sofrem de solidão,
depressão e dificuldade de comunicação.
Tais
pessoas tendem a se esconder atrás desse novo meio, a procurar refugio num
mundo virtual no qual podem inverter para si mesmas uma nova vida, uma
identidade alternativa mais gratificante do que a real. Pessoas, portanto, que
sofrem de dificuldades para alcançar uma integração social normal.
Aliada
a isso existe também segundo alguns estudiosos, uma predisposição genética.
Outro fator importante é o risco que aumenta consideravelmente para aqueles que
são obrigados, por conta do seu trabalho, passar muitas horas diante do
computador, como os programadores, os pesquisadores e os jornalistas.
5.1.1 Vício de internet
Quando
uma pessoa passa das oito horas as vinte e duas horas usando a internet no
trabalho e chega em casa, permanece plugado até as três da manhã, e nos fins de
semana das dez da manhã ás vinte e uma horas, chega a ser um vicio. Fica muitas
vezes se divertindo encontrando amigos, conhecendo pessoas no mundo virtual e
navegando por sites. Porém, quando a atividade se torna compulsiva, pode
resultar em dependência.
5.1.2 O acesso exagerado afetando a vida dos jovens
O
uso exagerado da internet sendo dependentes não - químicos, preocupa muitas
pessoas, inclusive psiquiatras do mundo todo que tentam orientar e ajudar e
resolver esses problemas. A dependência de internet muitas vezes não pode ser
determinada pela quantidade de horas na frente do computador.
Dependente
é aquele que perde a liberdade sobre o uso, que fica muito ansioso quando cai a
conexão. È uma sensação de falta de controle. O uso abusivo da internet pode
resultar em atrasos de compromissos. A pessoa pode perder o trabalho, se
distanciar da família e dos amigos, alem de ter problemas de saúde. O vício
pode colocar emprego e relações pessoais em risco.
Dores
de cabeça, nas costa e sono são algumas conseqüências sofridas. O aumento da
obesidade é outro problema que pode ser ocasionado pelas muitas horas diante do
computador. As gerações passadas brincavam na rua, corriam e gastavam energia
Muitos adolescentes visitam sites de sexo ou aqueles que ensinam como se tornar
anoréxica ou bulímica.
O
perigo do excesso de internet também esta em viver num mundo virtual. Muitos
usam auto-imagem e nome fictício. Quanto mais tempo o adolescente fica atrás de
um computador, mais quer ficar, porque ali ela se sente seguro.
No
mundo virtual ele encontra mais prazer, pois tudo é do jeito que ele gostaria
que fosse. O mau uso da internet acaba provocando distúrbios sérios e baixo
rendimento na escola, por tempo acima de duas ou três horas conversando ou
jogando na internet.
5.1.3
A dependência de informação
Modalidade inusitada de dependência
potencializada pela internet: a "dependência de informações".
Constantes noticias fornecidas não apenas pela internet, mas também pela
televisão e por outras ferramentas da mídia contemporânea, "vicia" a
pessoa e cria em algumas delas uma necessidade cada vez maior de consumir
informações.
Esse
consumo pode se tornar obsessivo e, nesse caso, o "viciado" em
informações começa a manifestar os mesmos sintomas de qualquer outra forma de
dependência. Ficam em estado de angustia patológica quando permanecem muito
tempo sem acessar e consumir informações.
Estranho
processo de intoxicação virtual mostra que o mecanismo do hipertexto é
rapidamente atingido com um simples clique do mouse, documentos esparsos nos
computadores de todo o planeta, pode induzir alguns usuários a desenvolver uma
espécie de sentimento de onipotência.
Para
esses usuários, o hipertexto proporciona uma excitante e inesgotável exploração
do mundo das noticias, e isso acaba por exaurir as energias físicas e
psicológicas de quem pratica.
Semelhante
a um parque de diversões, o viciado em informações experimenta, por intermédio
do computador, sensações como a da velocidade, a da anulação das distancias, a
da superação das barreiras espaços-temporais, a do anonimato – todas elas
fatores que alteram a bioquímica do cérebro e podem produzir um forte estado de
excitação. Enquanto permanece sob controle, esse estado é agradável. Mas ele pode
se transformar num verdadeiro pesadelo para quem o converte em seu principal
objetivo da vida.
A
internet dependência esta longe de ser a única no leque amplo das dependências
não-químicas. Conclui-se então que videogames, telefone celular, comida, jogos
de azar e etc., constituem algumas modalidades dessa nova linha de dependência.
Sabemos
que é enorme o numero de casos de lesões por esforço repetitivo na musculatura
da mão e do braço devido a pratica compulsiva de: videogames e jogos de
paciência, os quais exigem um uso intenso do mouse.
Então,
a prática compulsiva do computador, da internet que ela oferece nada tem de
inócua ou de brincadeira. Exatamente como acontecem com as drogas químicas, as
dependências não-químicas também trazem consigo uma seria possibilidade de
loucura e de alienação da realidade.
As
personalidades que mais mostram afinidade com as maquinas são aquelas que têm
receio de se atirar na vida, fugindo das relações normais. E é exatamente aí
que mora o "perigo".
6. PESQUISA
Não se pode
negar que o desenvolvimento da tecnologia é benéfico em muitos temas, mas
deve-se ter a consciência e
avaliar o quanto essa evolução pode ser
realmente um benefício e quais são os aspectos negativos que traz a sociedade como um todo.
6.1 Metodologia da Pesquisa
Com
o avanço da tecnologia em diversas áreas, a pesquisa realizada para compor este
trabalho demonstrou algumas informações que possivelmente não estão à disposição
ou não chegam a diversos usuários da Internet. Foram levantados dados sobre
como o avanço da tecnologia pode influenciar na saúde dos usuários.
A
Internet serviu de ferramenta para consultas em sites, também foram pesquisados
artigos em revistas, opiniões da classe médica diretamente envolvida com o
assunto e foram pesquisados quais são as principais doenças que a utilização do
computador pode trazer ao usuário.
Foi
elaborada uma pesquisa de campo para levantar algumas questões sobre a
utilização do computador, qual é o comportamento do usuário ao utilizar essa
ferramenta e qual a influência dessa ferramenta no convívio social. A pesquisa
foi realizada com 29 pessoas de ambos os sexos com idade variando entre 17 e 48
anos. Foram elaboradas 15 perguntas diretas e indiretas sobre o assunto.
Ao
final é demonstrado o resultados obtidos da pesquisa de campo, sendo ilustrado
nos gráficos.
6.2 Resultados
Com
base na pesquisa feita entre 27 pessoas que trabalham em frente ao computador
56% dizem passar mais de 5 horas, 30% até 5 horas por dia e 14% passam menos
que 5 horas. Apenas 30% dos casos costuma fazer algum tipo de alongamento no
trabalho e até 70% não fazem nenhum exercício físico durante a semana. 19% já teve
algum problema de saúde relacionado ao computador, mas 81% destes tem conhecimento
que o computador pode afetar de alguma maneira na saúde.
Sendo
que apenas 56% nunca tiveram problema de visão, 19% nunca sentiram dor de
cabeça e 37% se consideram fora de forma. As figuras 1 e 2 ilustram os dados
exibidos acima.
6.3 Conclusão
As
doenças causadas pela tecnologia são muitas e só tendem a aumentar cada vez
mais com o seu avanço. É dever de cada um adaptar-se a essas mudanças e procurar
o maior número de informações possíveis, pois a maior deficiência neste estudo
de caso está na falta de informação e no comodismo. As pessoas parecem não se preocupar
com o futuro, e apenas trabalham fazendo as coisas da maneira mais fácil e
rápida possível.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Bruno
Latour (1998) escreveu, segundo Raimundo Pereira, sobre o espantoso
desenvolvimento científico no século XX e ao mesmo tempo enfatizou como o
entendimento deste avanço mudou drasticamente. Para ele, teria havido uma
transição da cultura da “ciência” para a cultura da “pesquisa”. Esta questão
pode ser encarada de distintos pontos de vista. Mas, esquematicamente, a idéia
era de que a ciência seria uma forma (iluminista) de permitir que indivíduos
treinados em técnicas de estudo e experimentação pudessem evitar fontes de
desvio oriundas das ideologias, paixões, emoções (todas colocáveis no âmbito da
subjetividade) e se aproximar objetivamente das verdades para trazer o
conhecimento com vistas a resolver disputas e minimizar as respectivas
fragilidades humanas. Já a pesquisa seria algo (se mantivermos a metáfora
ótica), mais estroboscópico, produtora de controvérsias, arriscada, realizada
por indivíduos treinados, mas que também se preocupam com suas carreiras e a
visibilidade do resultado de seus estudos. Em suma, a pesquisa mostra que
cência e sociedade não podem ser separadas. A ciência não mais entra em uma
sociedade caótica para organizar, trazer a ordem, e até pôr fim a
controvérsias. Eventualmente, ela própria introduz mais elementos de ruído ao
alarido vigente.
Ainda mais agora que convivemos com a
difusão pública dos achados científicos (ou das pesquisas) e que, no caso da
saúde, muitos pacientes e familiares não hesitam em buscar informação através
dos sofisticados meios de comunicação disponibilizados.
Se trouxermos esta discussão para o lado abaixo do equador
(possivelmente com exceção de Austrália e Nova Zelândia), iremos nos deparar
com as dificuldades inerentes aos países economicamente mais fracos. No
panorama informático, as precariedades em termos de acesso à infra-estrutura
informática e à web são evidentes nos grupos sociais mais desfavorecidos em
termos socioeconômicos e culturais.
Em determinadas nações africanas, o quadro é dramático. Segundo dados
coletados por Arunachalam (1999), cerca de 95% de todos os computadores estão
nos países economicamente mais fortes. Em termos comparativos entre os extremos
quanto à conectividade à rede, os valores absolutos para a África remontam a
meados de 2001 em torno de 4.150.000 (segundo estatísticas específicas para a
África do Sul, há 2.400.000 em dezembro de 2000). Em termos de proporção de
usuários em relação à população, temos cerca de 0,5%. Para os Estados Unidos
somados ao Canadá, obtemos 58,3 % para o mesmo período.
Na América Latina, a proporção geral é de
4,8%. No Brasil, há estimativas de que, no período considerado, cerca de 6,84%
da população tenha acesso à internet – mas, há países com valores superiores ao
Brasil, como o Chile, 11,6% (dezembro de 2000), Uruguai, 11,1% (dezembro de
2000) e Argentina, 10,4% (julho de 2001) .
Entretanto, a variação bianual no período
1997-2001 foi, respectivamente, 1997: 0,6%; 1999: 1,8% (incremento de três
vezes); 2001: 6,8% (incremento de 3,8 vezes).
Há projeções para chegar a 18% (34
milhões) em 2006 (Pereira, 2001). É preciso levar em conta que tais dados são
sujeitos a críticas, pois foram obtidos por diferentes institutos de pesquisa.
E, além disso, importa considerar que o padrão de utilização da internet varia.
Uma mesma pessoa pode possuir várias contas de acesso à rede, enquanto uma
única conta pode ter vários usuários (Ishaq, 2001).
Há esforços para amenizar a importante questão da 'divisão/brecha
digital global' entre as populações informatizadas e as despossuídas que tende
a ampliar as discrepâncias socioeconômicas. Mas as propostas tendem a ser
primordialmente técnicas. Para além da falta de acesso dos desinformatizados
(sem-hardware e/ou software e/ou web), é preciso levar em conta o fato de que
estes recursos não foram concebidos, nem desenvolvidos pelos respectivos
produtores de bens e serviços para tais grupos. Basta ver o idioma predominante
na rede. Portanto, são mais desafiadores os problemas de aproximar
culturalmente indivíduos desinformatizados às novas tecnologias e seus
desdobramentos (Edejer, 2000).
Apesar disso, há valorosas e admiráveis
iniciativas para enfrentar tais limitações. Um dos melhores exemplos não é
governamental. Trata-se do Comitê para a Democratização da Informática, criado
por Rodrigo Baggio, filho de um ex-executivo da IBM. Ele e sua equipe procuram
locais de aula, treinam instrutores e fornecem computadores para favelas. Já
recebeu auxílio de empresas nacionais e estrangeiras e dá consultoria em outros
países.
Ademais, é perceptível a qualidade desigual da informação na rede, como
aponta uma nova linha de estudos avaliativos, por exemplo, o dimensionamento da
qualidade da informação na web sobre tratamento da depressão (Griffiths et al.,
2000). O que dizer sobre nossos portais de saúde? Em nosso trabalho, à guisa de
ilustração, destituída de rigor avaliativo, sinalizamos breves aspectos que
sugerem a necessidade de investigação nesta área.
No caso de informações sobre saúde, existem
aspectos relativos a dimensões socioculturais e educacionais para decisões bem
informadas. Estas envolvem entendimentos, nem sempre acessíveis, dos processos
de construção dos conhecimentos tecnobiocientíficos na resolutividade de
questões de saúde. Quais seriam os conteúdos básicos de epidemiologia e de
estatística necessários para os indivíduos decidirem racionalmente acerca de
medidas de autocuidado sobre dieta, exercício e não-tabagismo? Será que se
trata de fornecer informação e técnicas de auxílio à decisão baseadas em
evidências? Estas condições podem ser necessárias, mas talvez não suficientes,
se levarmos em conta dimensões não racionais, inconscientes que habitam a
volição humana.
Em meio às tentativas de análise sobre a contemporaneidade (seja
tecnófila, seja tecnófoba, seja tecnoambivalente), podemos visualizar a imbricação
de três sistemas que participam da organização das configurações do mundo
atual: o predomínio da razão instrumental e suas produções tecnocientíficas; o
poder enfeixado pela junção de instituições e ideologias; a crença na
supremacia dos mitos, símbolos e ritos promovidos pela tecnociência.
Como possível resultante deste cenário,
presenciamos uma colonização da sociedade pela aliança entre geradores de
conhecimentos especializados, especialistas que os produzem como objetos
tecnológicos, o conjunto do sistema industrial (os macrossistemas técnicos) e
as redes de comunicação, distribuição e consumo. Convivemos com excesso de
imagens, textos e de escolhas possíveis. Uma das conseqüências palpáveis se
constitui na ampliação de rupturas com as configurações simbólicas e com as
mediações que regem as maneiras de ser em conjunto.
No caso da saúde, temos a geração de uma
sociedade de indivíduos que se reconfiguram sob a forma de protopacientes sem
médicos, em consumidores de mercadorias/serviços ligadas tanto à informática
como à pretendida proteção da saúde.
Baseando-nos em Cohn (2001), cabe aqui um
comentário sobre a relação consumidor/cidadão/indivíduo: nos países
economicamente mais fortes, as políticas sociais proporcionaram maior igualdade
no interior de suas sociedades, através dos chamados welfare states. Apesar de
seus atuais 'encolhimentos' a partir dos ditames neoliberais e das crises
fiscais, foi aí que se constituíram e se estabeleceram os direitos de
cidadania. Estes, de fato, não vieram separados do movimento de afirmação do
próprio estatuto do ser 'cidadão', viabilizado pelas inerentes condições
socioculturais e políticas de seus contextos socioculturais.
Assim, tais cidadãos ocupariam
criteriosamente seu lugar de consumidores bem informados que lidariam com as
injunções do mercado de forma mais autônoma, pois estariam cientes de seus
direitos.
Porém, como indica Bauman (2000), em função
do inexorável processo de individualização contemporâneo (como mencionado no
início do texto), o indivíduo se constitui como um vetor de desgaste e
fragmentação para o cidadão. O primeiro usufrui da liberdade pessoal de
escolha, inclusive para consumir como melhor lhe aprouver, descrente,
indiferente, ou, na melhor das hipóteses, cauteloso quanto a participar de
ações efetivas dirigidas ao 'bem comum'. Já o segundo buscaria seu próprio
bem-estar através do bem-estar da 'cidade'. Por mais resultados favoráveis que
proporcionem, a busca de interesses comuns dos cidadãos é vista, no limite,
como restrição à liberdade de escolha pessoalizada por parte do indivíduo de
direito. Mas, para este se tornar um indivíduo de fato, é imperioso que se
torne antes cidadão.
Enfim, inegavelmente, vivemos no Ocidente, com
variações conforme as características das distintas formações sociais,
políticas e econômicas, em situações mediatizadas – sociedades de indivíduos
submetidos à nova trindade: informação, comunicação, técnica.
Apesar da importância atribuída à faceta
libertária e democratizante da internet, são necessários pré-requisitos
tecnoculturais para acessá-la. Vale retomar a discussão de Sousa-Santos (2000)
sobre a dupla ruptura epistemológica entre conhecimento científico e senso
comum: a primeira se dá quando a ciência se diferencia do senso comum, a
segunda consistiria em romper com a primeira para transformar o conhecimento
científico em um novo senso comum. Mas que este não se torne regulatório e sim
emancipatório. Então, como as estratégias de comunicação viabilizadas pelos
objetos tecnocientíficos nos permitiriam sair do senso comum conservador e
chegar ao conhecimento emancipatório, aquele que não recusa a tecnologia,
inclusive a utiliza para aceder ao "autoconhecimento. e traduzir-se em
sabedoria de vida"? Para isto, o referido autor detalha os elementos de
uma "epistemologia dos conhecimentos
ausentes" no interior de uma
" epistemologia da visão" que lida com a tensão entre as facetas
regulatórias e emancipatórias do conhecimento. Aí, o sociólogo luso aponta a
necessidade de prudência com vistas a perceber e controlar a maior insegurança,
especialmente nos grupos oprimidos, excluídos, vulneráveis da sociedade e que
mais se beneficiariam de práticas emancipatórias.
Se, por um lado, são visíveis as manifestações
de descontrole da técnica tais como se observa:
• na proliferação de sites que difundem
pedofilia, nazi-fascismo, que ensinam processos químicos e técnicas
laboratoriais para a produção de psicofármacos (como o ecstasy), ou mesmo
artefatos explosivos;
• na criação incessante de novos e
virulentos vírus de computador (transgressões da técnica contra si própria);
• no recrudescimento e ampliação do
terrorismo fundamentalista que utilizou a web em suas comunicações, fato que
gerou restrições e controle do fluxo de mensagens da rede.
Por outro lado, é preciso assumir os
indiscutíveis benefícios da inovação, da produção e da eficácia dos recursos
tecnobiocientíficos no âmbito da saúde: vacinas, fármacos mais potentes,
equipamentos médicos para aumentar a acurácia do diagnóstico, tratamento e
reabilitação. São evidentes os efeitos em termos de aumento da longevidade e
nas tentativas de procrastinação dos efeitos do envelhecimento para aqueles
capazes de atuar como agentes de consumo.
A disponibilização de dados e de programas
computacionais de auxílio à decisão via internet pode ampliar o acesso das
populações a informações sobre cruciais questões da vida e da saúde. Pode,
também, ajudar a reduzir desgastes e ansiedades decorrentes das incertezas que
se insinuam nas práticas de saúde, tanto no lado do profissional como no
daquele que necessita de cuidados, não obstante o nome ou papel que se lhe
atribua. Sem dúvida, é importante o estudo de usos da informática em saúde e
respectivos riscos conforme a inadequação dos contextos de comunicação e,
também, acerca das dificuldades de regulamentação consistente diante de temas
relativos à saúde na rede.
Mas, sobretudo, mesmo com os problemas
decorrentes da individualização, ainda é essencial que se criem condições de
aproximação entre os estatutos de cidadão e de consumidor (e de conhecimentos
regulatório e emancipatório) em sociedades profundamente iníquas como a nossa,
para evitar que o eventual casamento (se possível) entre tecnologias comunicacionais
e saúde das populações e dos indivíduos de fato não signifique, em termos
socioculturais, tentar juntar trapinhos.
REFERÊNCIAS
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On-Line, www.folha.uol.com.br/folha/informática;
Dr. D. Mion, Sites de Saúde: Serviços, Informações
e Interatividade;
Ursinus College, Sites de Saúde: Serviços, Informações
e Interatividade;
J.Ricardo, Sites de Saúde: Serviços,
Informações e Interatividade;
Dr. Maranhão, Sites de Saúde: Serviços, Informações
e Interatividade;
Dr. R. Carvalho, Presidente de CREMESP.
S. Valpi, Um simples tremor pode gerar grandes problemas!
; revista Cipa; pag. 38, abril 2009.
G.Chiappino, E.Pisani; Sedentarismo prejudicial;
revista Proteção; pag. 65 68, abril 2008.
Dr, D. Bourguiguon, Ler/Dort divide opiniões; revista
Proteção, pag. 46, outubro 2008.
Dr. M. Moreira, Médico desaconselha cirurgia para
casos de Ler; revista Cipa; pag. 13, julho 2009.
A.
Duarte Moser, J. Priscila Vitor Alves, L. Cristina de Albuquerque, Motivado
para a saúde; revista Proteção; pag. 66 69, novembro 2008.
S.
Volpi, Algumas considerações sobre estaticidade postural nos trabalhos em pé e
sentado; revista Cipa, pag. 62, fevereiro 2009.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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finalizar o século XX. Rio de Janeiro,
Bertrand. Brasil
Baptista, Cristiana 2001 'A dor de nunca saber
o bastante'. Veja, nº 1716
Bauman, Zygmunt 2000 Modernidade líquida. Rio de Janeiro, Jorge Zahar.
Bauman, Zygmunt 1998 O mal-estar da
pós-modernidade. Rio de Janeiro, Jorge
Zahar.
Cohn, Amélia 2001 'Saúde e democracia: o
resgate da política'. Artigo preparatório para o VII Congresso Paulista de
Saúde Pública,
Pereira, Raimundo J. 2001 Redes de sintomas:
facetas digitais da depressão. Anteprojeto de doutoramento em saúde pública, submetido à Escola Nacional
de Saúde Pública/Fiocruz
Taylor, Charles 1994 As fontes do self. A
construção da identidade moderna. São
Paulo, Loyola.
[1] Michel Foucault cunhou o termo gouvernementalité (1978a: 635-657) para
identificar um tipo particular de literatura que, entre a segunda metade do século
XVI e o final do século XVIII, se foi crescentemente afirmando em torno de uma
teoria proclamada como "arte de governo", isto é, uma técnica que se
deduz de regras específicas.
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