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segunda-feira, 4 de maio de 2015

TECNOLOGIA E SAÚDE



RESUMO




Tecnologia, saúde e falta de informação, uma combinação que pode gerar vários problemas relacionados à saúde do usuário. Este trabalho tem como finalidade apresentar alguns aspectos sobre os malefícios causados pela falta de informação e mau uso da tecnologia. Serão apresentadas pesquisas que relatam as conseqüências que o usuário poderá vir a ter, desde lesões no corpo, olhos, até problemas de isolamento, depressão, entre outros. O principal problema é que o usuário não tendo conhecimento sobre estes problemas, quando os percebe já pode ser tarde. A prevenção e o uso adequado da tecnologia são os principais fatores para uma boa qualidade de vida.



Palavras-chave: Saúde, tecnologia, Internet, computadores, doenças, exercícios

  

ABSTRACT



Technology, health and lack of information, a combination that can generate several health related problems of the User. This work is purpose to present some aspects about the harm caused by lack of information and misuse of technology. Research will be presented reporting the consequences that the User may have, since lesions in the body, eyes, even problems of isolation, depression, among others. The main problem is that the User has no knowledge about these problems, when the notice may already be too late. The prevention and the use appropriate technology are key factors for a good quality
life.


Keywords: Health, technology, internet, computers, diseases, exercises





SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO........................................................................................................... 1
2. A procura de informações sobre saúde na Internet............. 2
3.1 Novos aspectos da ética médica ou nova ética médica?..... 6
3.2 O autocuidado........................................................................................................ 7
3.3 A qualidade da informação na rede................................................................ 12
4. A opinião dos profissionais de saúde................................................ 15
4.1 Alguns Endereços Médicos na Internet........................................................ 16
5. Doenças que o computador poderá trazer ao usuário..... 18
5.1Síndrome da Internet Dependência................................................................. 33
6. PESQUISA............................................................................................................... 38
6.1 Metodologia da Pesquisa.................................................................................. 38
6.2 Resultados............................................................................................................ 39
6.3 Conclusão............................................................................................................. 42
CONSIDERAÇÕES FINAIS...................................................................................... 43
REFERÊNCIAS........................................................................................................... 50
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS........................................................................ 51



LISTA DE FIGURAS


Figura 1 – Site de saúde – Exemplo 1.......................................................
3
Figura 2 - Site de Saúde – Exemplo 2........................................................
4
Figura 3 - Site de Saúde – Exemplo 3........................................................
5
Figura 4 – Exposição á tela do Monitor.....................................................
19
Figura 5 – Localização do Monitor.............................................................
21
Figura 6 – Posição adequada do monitor.................................................
23
Figura 7 – Postura Visual Correta..............................................................
24
Figura 8 – Prevenção da postura...............................................................
25
Figura 9 – Local de Trabalho Ideal.............................................................
26
Figura 10 - Prática de Exercícios...............................................................
40
Figura 11 - Quantidade de horas por dia...................................................
41



LISTA DE TABELAS


Tabela1: Lesões mais comuns que afetam os usuários.........................
28



1. INTRODUÇÃO



                        Não se pode negar que a evolução da tecnologia nos beneficia em muitos pontos e deve-se ter a consciência e avaliar o quanto essa evolução pode beneficiar e quais são os aspectos negativos que ela traz a sociedade.

                        Este trabalho se refere a pesquisas e questões referentes aos males que a evolução da tecnologia trás para a sociedade no aspecto relacionado à saúde dos usuários. Algumas questões, como a popularidade da Internet e de como ela está produzindo uma geração distante do convívio social, pode-se dizer, construindo uma fábrica de solitários, e sobre qual seria o impacto social da Internet ou será que há algum impacto? A redução do convívio social dos internautas com suas famílias e amigos, quanto tempo estas pessoas estão destinando ao lazer e ainda pesquisas que apontam quais são os principais males da utilização dessa tecnologia.

                        Serão analisados também relatos sobre como a classe médica observa essa evolução e qual é a opinião dos profissionais de saúde, descrições e orientações das principais doenças causadas pelo uso em excesso dessa evolução tecnológica e quais as suas conseqüências, identificando qual o grande prejudicado dessa história e um levantamento de opiniões dos usuários sobre o assunto em questão.


2. A procura de informações sobre saúde na Internet



                        Conforme informações da Folha On-line em 23/07/2009, mais de dois terços dos internautas procuram na Internet informações relacionadas à saúde. O número tem como base pesquisa feita com 6800 usuários pela empresa de anúncios virtuais Burst! Media.

                        De acordo com as pesquisas as mulheres são mais curiosas que os homens em relação a doenças, remédios e tratamentos: em média, 74% delas fazem esse tipo de buscas, contra 62,1% dos homens.

                        As porcentagens variam de acordo com a faixa etária, antes dos 18 anos, 1,5% das usuárias informam-se na Internet sobre saúde, enquanto 80% delas fazem o mesmo quando têm entre 25 e 44 anos. Entre as internautas com idades que vão dos 45 aos 64 anos, a porcentagem chega a 82%.

                        Cerca de 3400 entrevistados disseram já ter procurado na Internet informações sobre uma doença específica, enquanto 43,9% foram em busca de dados sobre tratamentos. A porcentagem de usuários interessados em remédios chega a 30,9%[1].

                        Uma pesquisa da Universidade Stanford entre 35.000 usuários de Internet em cidades americanas provou que o uso sem critério da rede está cunhando uma nova camada de indivíduos solitários e depressivos que se escondem nos computadores e não se incomodam com o mundo concreto. Estima-se que pelo menos 200.000 americanos perderam o domínio sobre o uso da Internet e hoje padecem de um mal, alistado pela Associação Americana de psicologia como PIU (Pathological Internet Use) ou Uso Doentio da Internet, cujo sinal principal é o uso preferencial ou peculiar pela Internet do que outras coisas do dia a dia habitual, afastando-se de seus amigos, familiares e até mesmo da vida profissional.

3. Sites de Saúde - Qual é o grande perigo deles?



                        De acordo com Gunther Eysenbach, fecundo autor “cibermédico” e editor do jornal virtual Journal of Medical Internet Research, o Yahoo americano e europeu constataram que existiam cerca de 34 mil sites vinculados à saúde, e chegaram a conclusão  que isso representava um pouco mais ou um pouco menos que 30% dos sites existentes. Desta forma, haveria algo em torno de  cem mil sites pautados em saúde naquela esfera.



                        Já no Brasil, torna-se complexo dimensionar o número destes sites, pois em uma rápida pesquisa no site do buscador “Google” no tópico relacionado á saúde, chegou-se, no dia 10/08/2009, às 12h e 30 min, ao incrível número de 87.200.000 resultados com as mais variadas características, finalidades, temas e teores.


                        Existem, ainda, diversos trabalhos em sites americanos que mostram o quanto é crescente o uso da internet por médicos e também pelos chamados “cibercondríacos”.

                        O termo “telemedicina” pode ser usado como um guarda-chuva, pois consegue englobar muitas atividades da medicina que estariam à distância. Pode-se inserir neste termo até mesmo uma chamada de telefone entre o paciente e o seu médico. Existem outros “sinônimos” para este termo: “telesaúde” (telehealth), “saúde on-line” e “e-saúde”.

                        Eysenbach, que é considerado um dos mentores da cibermedicina, e os colaboradores, demarcam fronteiras mais largas e fazem ver que é quase infinito a amplitude que podem alcançar as modalidades da cibermedicina.

                        Existe, de uma maneira generalizada, duas especificidades na medicina: a diagnóstica/curativa e a preventiva/saúde pública mais moderna.
                        Esta última possui destaque na prevenção da saúde e no autocuidado, sendo que este passa a assumir um novo destaque junto aos consumidores finais.

    

3.1 Novos aspectos da ética médica ou nova ética médica?



                        Com o desenvolvimento crescente de novos recursos técnicos apontados especialmente para o diagnóstico e tratamento os temas da convencionalmente chamada ética médica começaram a passar por modificações a partir do momento em que a biomedicina passou a adotar aspectos tecnobiocientíficas. Estas ocorrências tendem a criar circunstâncias que geram novos problemas éticos.

                        Como conseqüência destas transformações, a visão tradicional da deontologia médica se desloca. Esta, comumente, é analisada como a afluência de normas norteadoras dos comportamentos de um determinado grupo profissional nas relações com suas áreas de ação. No caso da medicina, com seus semelhantes e seus clientes, onde se destaca a relação médico e paciente e suas atribulações.

                        Se existem modificações evidentes oriundas notadamente das inovações tecnológicas, sem equívoco, o terreno da ética médica vem sendo tomado por novas modalidades de dificuldades. Por exemplo, o renomado bioeticista Peter Singer (2000) apresenta uma descrição pormenorizada de tais aspectos e marca assuntos como:

·         a crescente apreensão com a qualidade nos cuidados no fim de vida;

·         a idéia de princípios para servir como fundamento ético para lidar com o erro médico;

·         o incremento de aspectos éticos para amparar deliberações autênticas e imparciais no estabelecimento de precedências e alocação de recursos;

·         a procura de concordância na biotecnologia e nas fontes de financiamento quanto a aceitabilidade da pesquisa com células-mãe (tronco);

·         a discussão sobre a inserção da ética médica nos currículos médicos e o ocasião mais apropriado de introduzi-la.

              Existem outras conjunturas emergentes que sinalizam mais abertamente um imperativo de revalidação do campo deontológico. Por exemplo, as altercações sobre uma dita bioética global, apontada não apenas a problemas dos estados economicamente fortes. Um assunto atual a este respeito trata das perversidades em saúde e arrastou a quebra de patentes de medicamentos anti-HIV para torná-los mais acessíveis a infectados de países economicamente mais fracos. Há também questões éticas envolvendo a dita “e-saúde” (e-health – disponibilização de teores sobre assuntos de saúde em redes eletrônicas de informação).


3.2 O autocuidado



                        Curiosamente a palavra “cuidar” deriva do latim cogitare, o mesmo que traz pensar, cogitar, julgar, supor – uma atividade digna da mente humana. Na forma reflexiva – cuidar-se – é ter cuidado consigo mesmo, com a sua saúde, a sua aparência ou aspecto (Ferreira, 1999). Podemos, então, ponderar que a idéia do cuidado de si leva uma conotação ditada por aspectos cognitivos, conscientes e, sobretudo, volitivos. Parece, então, admissível pensar na alusiva reflexividade – autocogitação – introduzida na noção de autocuidado.

                        O conhecimento egocêntrico de própria identidade que reconhecemos se fundeia nas chamadas fontes ortodoxas do self da tradição filosófica ocidental, cuja constituição, desde os gregos até os dias de hoje, conformou uma informação de identidade individualizada, isolado da coletividade – singularizada, consolidada e que se define reflexivamente (Taylor, 1994). No entanto, nos dias presentes, esta suposta harmonia está sendo revista. A constituição da identidade vem se tornando para alguns autores cada vez mais incoerentes e cambiantes.


Segundo Bauman (2000, p. 40): "(r)esumidamente, a 'individualização' consiste em transformar a 'identidade' humana de um 'dado' em uma 'tarefa' e encarregar os atores da responsabilidade de realizar essa tarefa e das conseqüências (assim como dos efeitos colaterais) de sua realização".


                        Nestas situações, podemos sugerir que a compreensão de autocuidado tem facetas que adentrariam em acordo mútuo com a presteza inabalável de (re)modelagem da identidade.

                        Contudo, esta não se compõe da aparência dominante de muitos povos e culturas não-ocidentais, por exemplo, coletividades de nações como Índia, China, ou de amplas regiões do Sudeste Asiático e da África (cerca de 80% da população planetária). Sob diferentes feitios, as respectivas conjunturas culturais amparam atitudes causadoras de identidades instituídas de modo heteronômico, onde se enfatizam imperativos familiares e cumprimento de normas éticas formadas, primordialmente, nos valores da coletividade, dominar idéias de autonomia de “eus”.


 (Kleinman, 1995, p. 47): “O 'self', mesmo onde é encarado como sendo singularmente individual é visto como estando sociocentricamente imbricado em redes sociais inextricáveis, vínculos íntimos que tornam processos interpessoais a fonte de decisões vitais... A idéia de primazia do individual é, no entanto, ainda, uma presunção da ocidentalização."


                        Tal parece ser o aspecto ordenador do caminho que deve ser trilhado pelos povos do planeta em direção à globalização, ambicionado pelo capitalismo monopolista em suas várias facetas (especialmente, na sociedade pós-industrial, onde incide a preeminência econômica impetrada pelos âmbitos de serviços e de produção de conhecimentos). Ainda com as manifestas mostras de bons desígnios, isto parece acontecer nas políticas de saúde propugnadas por organizações internacionais que destacam a autonomia, descrição acentuada do individualismo do Ocidente. Tanto a promoção da saúde como a epidemiologia que lhe serve de apoio brotam de uma reorganização tardo-moderna da medicina (Bunton e Burrows, 1995) que adota novos contornos.

                        Isto é evidente no caso do autocuidado. Existem formatos diversificados de “se autoconstruir saudavelmente" mediante atividades físicas conduzidas para:

·         Evita-se riscos (por exemplo: cardiovasculares);

·         Funções reabilitatórias (para os muito obesos ou de meia-idade que procuram se sentir bem-dispostos);

·         Aspectos estéticos (voltados para a aparência aspectos estéticos (voltados para a produção de aparências pessoal de beleza e alguns atrativos corporais freqüentemente padronizados e cultuados por expressões populares como “sarado/sarada”);

·         Relativas a desempenhos (competições atléticas, amadoras ou não), entre outras.
                         Porém existem dados dignos de importância particular no que alude ao volume da ”'aptidão” (fitness) (Bauman, 2000). Sem embarcar nas distinções e imbricações deste conceito e o de boa saúde, cabe assinalar a conexão dos cuidados com a saúde permanecerem acoplados também à idéia de se estar apto e bem-disposto fisicamente.

                        Em específico, envolvem as impressões subjetivas de ser dono de capacidades, alcançadas por meio de disciplinado treinamento. Em muitas situações, na atualidade, homens e mulheres buscam sustentar seus corpos aprontados e combinados em forma, para lidar com as provas ao ar livre, arriscadas, tais como nos ralis e provas de resistência em áreas inóspitas e em esportes radicais. E, também, para o imprevisto em potencial proporcionado por múltiplas probabilidades de opções no menu de peripécias da vida contemporânea.

                        A busca de disposição incide em uma situação de repetido e interminável treinamento, em que o autoescrutínio está sempre presente e a agonia diante da probabilidade de perda da forma é constante. Há vestígios de compulsividade aditiva em tais condições, provavelmente ligada a liberações de neurohormônios euforizantes, sendo assim comparadas a estados análogos de dependência farmacológica.

                        Todavia, inegavelmente, a difusão da noção de promoção da saúde está em rápida expansão. Em uma ligeira pesquisa internet, acessa-se grande quantidade de trabalhos sobre o tema em suas diferentes (e nem sempre claras) denominações. Além disso, esta percepção refere-se à confusão relacionada ao campo em foco. Ao seguir-se a uma análise crítica dos mesmos termos, assinala-se distintos sentidos nas maneiras como profissionais especializados empregam idéias e conceitualizações essenciais à área: promoção à saúde, comportamento na proteção à saúde, comportamento na promoção à saúde, comportamento na prevenção à doença, comportamento de saúde, estilo de vida saudável, comportamento na saúde preventiva.

                        De maneira curiosa, promoção e promover proporcionam atraentes aspectos polissêmicos (Ferreira, 1999). Por um lado, podem se referir a melhoria, elevação a uma situação superior, ascensão. Abarca noções causais, oriundas e, de “instância viabilizadora”. Por outro lado, atrelam-se a figuras recorrentes de marketing, de propaganda, como estímulo publicitário (com vistas à divulgação e ao consumo) de certos produtos, idéias, pontos de vista.

                        No campo da saúde, tais sentidos aspiram a se integrar e adquirirem uma importante dimensão semântica: instâncias viabilizadoras de elementos propiciadores de circunstâncias superiores. Para alcançar os ambicionados efeitos, utiliza-se de estratégias de difusão pública, que, decisivamente, se conectam a aspectos retóricos. No caso em tese, com vistas à boa saúde, ou melhor, à evitação de riscos que a comprometam. Promover à saúde, promovendo a saúde.

                        Contudo, pode-se fazer, em resumo, uma série de apreciações às conjecturas da promoção da saúde e da decorrente saúde pública promocional. Esta se caracterizaria por sua atitude modernista.


 Segundo Petersen e Lupton "dependente da ciência como baluarte da sua credibilidade e posição social compartilhando uma crença nos poderes da racionalidade e organização para alcançar progresso na luta contra o sofrimento e a doença" (1996).


                        Esta probabilidade é aventada pelos teóricos da “governamentalidade foucaultiana”[1] aplicada ao conceito de risco. Para eles, a regulação e disciplinização estão voltadas para os sujeitos autonomizados, que se autovigiam na busca de aperfeiçoarem seus interesses de "melhorar na vida" (Lupton, 1999). Dentre eles, está a saúde, mas, sobretudo do ponto de vista da capacidade, em uma curiosa mistura de meio e fim.

                        Incontestavelmente, brotam originais temas éticos e repercussões socioculturais alusivos ao campo dos cuidados em saúde e também ao autocuidado (aspecto capital da promoção da saúde), em função das intercessões entre meios da informática, profissionais de saúde e clientes que, por sua vez, são convertidos em autores consumidores.


3.3 A qualidade da informação na rede



                        Brota então a importante dificuldade de controle da qualidade dos conteúdos referentes à saúde na internet. Médicos investigaram a qualidade de informação em 25 websites. Em linhas gerais, vários sites continham informações contraditórias e/ou datadas e/ou incompletas em diversos aspectos de seus temas específicos. Mas, os elementos mais dignos de atenção são as questões relativas à compreensão dos receptores das informações (Valpi).

                        De um modo global, as inquietações quanto a qualidade da informação estão voltadas para ensinar o consumidor, estimular a regulamentação dos órgãos públicos de saúde, a existência de interesses não compromissados para ponderar a informação e instituir sanções nos casos de dispersão lesiva ou de má-fé da informação. Existem alguns projetos de certificação e classificação da informação segura em saúde na internet como o MEDPics – plataformas de avaliação de conteúdos relacionados à medicina na internet (Eysenbach, 2000a).

                        Existem, também, ações espontâneas de códigos de comportamento na rede  (American Medical Association, Internet Heath Coalition, Health Internet Ethics, Quackwatch – Your guide to health fraud, quackery and intelligent services e Health on the Net Foundation – HON).
           
                        A HON tem sede em Genebra e seu código de conduta dirige-se à uniformização da credibilidade da informação na rede, sem, entretanto, ajuizar a qualidade desta informação. Os portais que, em tese, seguiriam tais princípios auferem do direito de ostentar o selo de qualidade da HON. Sintetizando, estes princípios, são:

1)    Autoridade – profissionais treinados e qualificados serão responsáveis pela informação apresentada, a menos que seja declarado expressamente em caso disto não suceder;

2)    Complementaridade – a informação não substitui o relacionamento existente entre pacientes e respectivos profissionais;

3)    Confidencialidade – os dados disponibilizados por usuários serão mantido em sigilo (incluindo a identidade);

4)    Atribuições – quando for o caso, as informações terão a chancela de referências claras a fontes de consulta, inclusive indicando links para acesso a tais fontes. A data em que cada página médica foi atualizada deverá ser evidenciada;

5)    Justificativas – similar ao anterior no que se refere a comprovar benefícios e resultados de tratamentos, produtos, serviços apresentados;

6)    Transparência na propriedade – os administradores visuais do portal devem apresentar claramente a informação e indicar endereços de contato para visitantes. O webmaster deverá exibir seu endereço eletrônico em todas as páginas;

7)    Transparência de patrocínio – os apoios (financeiros, materiais e de serviços) devem ser explicitados claramente, identificando, inclusive, as organizações comerciais e não-comerciais que tenham participado da construção do site;

8)    Honestidade da publicidade e da política editorial – deve ser claramente explicitado se a publicidade se constitui em fonte de renda do site. Os proprietários devem esclarecer sumariamente a política de divulgação empregada. Anúncios e publicidade devem ser diferenciados em seus contextos de apresentação dos conteúdos originais produzidos (http://www.hon.ch/HONcode/Portuguese/, setembro 2009).

                           E, é importante notar que estes portais adotam, de modo geral, dois dos três princípios de conduta que estão no foco das nas questões da comunicação de conteúdos em saúde. A informação tem que ser correta, conexa, apropriada (princípio de correção), explícita quanto aos autores e patrocinadores (princípio ético). Contudo, não se percebe alusão aos aspectos que se referem à ponderação de questões básicas referentes à processos de construção/difusão/consumo dos produtos tecnocientíficos, essencial para o exercício da crítica. Não se notas estes portais questionando o aumento dos preços de medicamentos, as fraquezas das políticas públicas, etc.


4. A opinião dos profissionais de saúde



                        Segundo João Ricardo, profissional de saúde e coordenador do site “Boa Saúde” do provedor de acessos UOL, a Internet é útil ao informar e manter os profissionais atualizados sobre novidades em suas áreas de atuação, além de colocar em contato com outros profissionais que comandam os sites, e que na opinião dele, todos podem ampliar seu campo de conhecimento. Ele também acha importante o uso da Internet para troca de informações, principalmente os fóruns de discussões e os grupos de apoio que se reúnem para a troca de experiência, mas para uma possível consulta e um tratamento, seria arriscado usufruir desta ferramenta para tal procedimento.

                        Um bom conselho que o Dr. Maranhão, consultor do mesmo site citado acima, é que o nome dos especialistas, a instituição a que pertencem e sua qualificação devem estar bem claros nas páginas que merecem alguma confiança, é óbvio, mas não custa repetir: navegar na Internet não pode substituir a ida ao médico.

                        Conforme o Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (CREMESP), representada pela Drª. Regina Parizi de Carvalho, foi publicada no Diário Oficial do Estado, a Resolução nº097/2001 do CREMESP, que institui o Manual de Princípios Éticos para Sites de Medicina e Saúde, que resolve alguns artigos para dispor conteúdo sobre medicina e saúde em sites na Internet. Neste manual são abordados alguns tópicos de como as informações contidas nos sites devem estar dispostas ao usuário.



4.1 Alguns Endereços Médicos na Internet



    Associação Médica Brasileira:http://www.amb.org.br

    BioMedNet: http://www.biomednet.com

    BIREME: http://www.bireme.br

    Health A to Z: http://www.healthatoz.com

    HealthWeb: http://www.healthweb.org

    HighWire Press: http://highwire.stanford.edu

    Hospital Virtual Brasileiro: http://www.hospvirt.org.br

    HotBot: http://www.hotbot.com

    Laboratórios Biosintética: http://www.biosintetica.com.br

    Medical Matrix: http://www.medmatrix.org

    Medical World Search: http://www.mwsearch.com

    MedReporter: http://www.medreporter.com.br

    MedScape: http://www.medscape.com

    MedStudents: http://www.medstudents.com.br

    MedWeb Plus: http://www.medwebplus.com

    National Library of Medicine: http://www.nlm.nih.gov

    Núcleo de Informática Biomédica da UNICAMP: http://www.nib.unicamp.br

    Pesquisa Bibliográfica no MEDLINE:http://www.ncbi.nlm.nih.gov/PubMed

    Projeto e*pub de Publicações Eletrônicas: http://www.epub.org.br

    Médica:http://www.informaticamedica.org.br/informaticamedica


    SciELO: http://www.scielo.br

    Ser Humano Visível: http://www.vhd.org.br

    WebMedLit: http://www.webmedlit.com




5. Doenças que o computador poderá trazer ao usuário



                        As doenças que a tecnologia causa são muitas e tendem a aumentar, o que fará com que cada pessoa seja obrigado a adaptar-se, o que ocasiona então, uma maior procura de informações. E, como a maioria não imagina que essas doenças possam ser causadas exatamente pelo mau uso da tecnologia, com o tempo isto tende a se tornar uma gigante bola de neve.

                        O pior é que as informações sobre este mau uso não ficam tão visíveis, então as pessoas usam a tecnologia para agilizarem os seus trabalhos ou para se divertirem sem preocupar com o que possa acontecer no futuro.

                        Porém, atualmente é quase impossível o não uso do computador, o que ocasionará inúmeras doenças.


      CVS – Síndrome da visão de computadores


                        Alguns estudos mostram que mais de 70% dos usuários padecem dessa síndrome e que os outros 30% restantes sentem ao menos um dos seus sintomas.

                        Por demandar um amplo empenho visual, o computador faz com que seus usuários sofram deste tipo de problemas e os sintomas tornam-se cada vez mais comuns. Estas pessoas apresentam os sintomas de fadiga visual que é exatamente associado ao uso em demasia do computador.

                        Estes sintomas começam a aparecer quando o usuário passa um tempo muito demorado na frente ao computador, pois os olhos humanos não estão preparados para olharem o monitor muitas horas seguidas. Os monitores são compostos de pixels (pontos minúsculos) aos quais os olhos não conseguem focar, levando os usuários a forçar a visão na tentativa e focar e refocar as imagens para mantê-las definidas e com nitidez, resultando em um maior esforço dos músculos dos olhos. O uso por muito tempo diminui a freqüência do movimento de piscar, causando, então, ressecamento dos olhos e como conseqüência, dor. Outros tipos de problemas são dor de cabeça e no pescoço.





                        Para que este problema venha a ser desencadeado, bastam apenas duas horas de exposição ao monitor. Os principais sintomas são:

    Cansaço dos olhos

    Dores nos olhos

    Esforço excessivo dos olhos

    Visão de perto e de longe ocasionalmente turva

    Dores de cabeça

    Olhos secos

    Mudança lenta do foco de perto para longe

    Olhos vermelhos

    Olhos ardentes

    Sensação de desconforto ao usar lentes de contacto

    Mudança na percepção das cores

    Sensibilidade maior à luz

    Lacrimejo





                        Algumas providências podem e devem ser tomadas pelos usuários para evitar a Síndrome de Visão de Computador (CVS):

1.    Posicionamento do monitor 50 a 60 centímetros dos olhos;

2.    O topo do monitor deve estar na altura dos olhos ou ligeiramente abaixo;

3.    Se a pessoa usa documentos junto ao computador, procurar mantê-los perto da tela como com pranchetas com apoio ou suportes presos diretamente na lateral do monitor. Estes cuidados minimizam os movimentos da cabeça e dos olhos;

4.    Iluminar bem a sala do computador;

5.    Minimizar os reflexos na tela, alterando a posição do monitor ou das luzes;

6.    Evitar o ofuscamento;

7.    Cuidado com as luzes que possam estar incidindo direto sobre os olhos (como luminárias de mesa);

8.    A tela do computador é um grande coletor de pó e deve ser limpa freqüentemente para melhorar a visibilidade;

9.    Se necessário, o suo um filtro anti-reflexo na tela do computador;


                        Descansos periódicos são muito importantes também. O uso do computador demanda alongados períodos com cabeça, olhos e corpo imóveis, que é muito fatigante. Mas, apesar de todos esses cuidados pode ser necessário que o usuário faça uso de óculos.



                                                                                                                Ergonomia


                        A maior intensidade de atenção pode levar ao stress mental, a fadiga mental ocasiona a diminuição da percepção, que leva a uma necessidade de maior atenção e que ocasiona no individuo uma situação de ansiedade. A necessidade de alta atenção também proporciona a estaticidade postural, que pode levar a dores musculares, cervicais, lombares e até às LER/DORT. Fisicamente todo este quadro também pode levar a uma contração do diafragma, que pode gerar dor de estômago, e por incrível que pareça, dores cervicais e lombares. Também podem surgir advindas dos tremores e oscilações, dores de cabeça, vertigens e náuseas.




                                                                                                                Prostatose congestiva


                        Segundo artigo da revista Proteção de abril de 2008, atividades ocupacionais que exigem uma prolongada posição sentada como dirigir automóveis e muitos trabalhos de escritórios podem provocar congestão venosa intrapélvica que altera a próstata, gerando uma sintomatologia semelhante á prostatite de lenta evolução. O quadro pode cronificar-se com recidivas e comprometimento da fertilidade até constituir um significativo dano biológico.


                        Atividades ocupacionais hoje em expansão como os mais sedentários entre os trabalhos de escritório, podem causar ou concausar alterações anátomo-funcionais relacionadas com a próstata. Aparecem com particular freqüência em homens de idade jovem ou adulta que desenvolvem atividades que exigem uma permanente posição sentada sobre superfícies estofadas que comprimem o períneo.

                        Usuários de computadores (uso prolongado) e funcionários de escritórios se queixam, freqüentemente. Nos casos freqüentemente de cronificação, a prostatose crônica, assim como toda a condição capaz de alterar a função secretiva da glândula, determina, a redução da fertilidade. A congestão venosa pélvica pode manifestar-se, também na mulher, pelo efeito de quase todos os fatores já indicados.


                                                                                                             LER/DORT


                        Uma das doenças mais comum que pode ser encontrado entre os usuários de computadores é a LER/DORT, é uma síndrome relacionada ao trabalho que traz sintomas como dor, parestesia, sensação de peso e fadiga, sensação de formigamento, dormência, perda de força muscular, geralmente nos membros superiores, onde as conseqüências são a incapacidade para realizar as suas atividades.

                        A síndrome resulta da combinação da sobrecarga das estruturas anatômicas do sistema osteomuscular com a falta de tempo para sua recuperação. As lesões mais comuns são demonstradas na tabela 1.




                        O Dr. Márcio Moreira Salles, mestre em ergonomia e professor de ergonomia da Faculdade de Medicina da USP, garante que pacientes com Lesões por Esforços Repetitivos/Distúrbios Osteomusculares, relacionados ao trabalho (LER/DORT), devem recorrer a cirurgia somente em último caso. Ele diz que a estatística mostra que apenas um paciente consegue sucesso a cada 20 operações, 3 pioram e 16 permanecem no mesmo estado.


Tabela1: Lesões mais comuns que afetam os usuários
Lesões Causas Ocupacionais Exemplos
Lesões Causas Ocupacionais Exemplos
Lesões Causas Ocupacionais Exemplos
Bursite de cotovelo
Compreensão do cotovelo contra superfícies duras

Apoiar o cotovelo em mesas
Síndrome do Canal
Cubital
Flexão extrema do cotovelo abduzido. Vibrações
Apoiar o cotovelo ou
antebraço na mesa
Síndrome Miofacial
Sobrecarga do sistema
músculo-esquelético

Pessoa ficar sentada
muito tempo
Síndrome do Túnel do
Carpo
Movimentos repetitivos de flexão, mas também
extensão com o punho,
principalmente, se for
acompanhado por realização de força
Digitar, empacotar
Tenossinovit e dos
Extensores
dos dedos
Fixação antigravitacional do punho. Movimentos
repetitivos de flexão e
extensão dos dedos
Digitar, operar mouse.
Fonte: Norma Técnica sobre Ler/Dort anexada a IN – 98 e Drª. Maria Maeno

                                                                                                             Fadiga Psíquica


                        Segundo artigo da revista Proteção de novembro de 2003, a postura sentada durante muitas horas para uso do computador provoca uma situação de vulnerabilidade para se adquirir LER/DORT. Nesse tipo de atividade pode-se falar em fadiga psíquica em face da tensão inerente à rápida seleção de informações, à resolução de problemas durante situações críticas e à tomada de decisões. Quanto maior o tempo de leitura, mais difícil se torna à absorção de informação. Em uma pesquisa realizada em 1977, com 95 pessoas, em um dos primeiros estudos a enfocar o estresse e a satisfação em locais de trabalho com terminais informatizados,  diagnosticou-se um certo grau de ansiedade em relação à informatização. O resultado mais gritante foi observado durante um colapso temporário no sistema de computadores, aonde chegaram à conclusão que colapsos no computador são uma causa importante do cansaço mental em pessoas com trabalho extensivo em terminais informatizados].

                        As posturas que costumam estar mais relacionada aos riscos de lesão ou sobrecarga musculoesquelética são: de pé sem se movimentar, sentado ereto, sem apoio para as costas, sentado sem apoio lombar, sentado a uma altura correta sem um bom descanso para os pés, sentado em assento muito alto, sentado em assento muito baixo, braços estendidos, troco inclinado para frente, posição parada, cabeça inclinada para frente, qualquer posição estática, manutenção de qualquer articulação em sua posição extrema.




                                                                                                                Estaticidade postural


                        Por questões culturais, pessoas creem que trabalhar em pé é mais penoso que trabalhar sentado o que é uma mentira, ou seja, as duas posturas ao extremo levam ao desconforto, o ser humano foi projetado para o movimento, ou seja, se o corpo permanecer por um longo período estático, isso se torna prejudicial. Pessoas que permanecem sentadas por muito tempo, apresentam dores lombares, e adormecimentos diversos. Isso acontece porque há uma maior pressão das vértebras e sua circulação sanguínea fica comprometida. Vale a pena lembrar que iluminação, ruídos temperatura entre outros fatores também influenciam


      Alienação Social


                        Progresso, riqueza, Fabrica de fortunas. Alienação social Fabrica de solitários e dependentes cibernéticos. Para o bem e para o mal, Internet é o fenômeno da virada do milênio. As infinitas facilidades que a Internet proporciona tem levado muitas pessoas a perderam o controle de tempo quando estão ligadas as redes. Quando isso acontece, o resultado é sempre sucedido de prejuízos a saúde e relações afetivas.

                        Uma pesquisa da Universidade Stanford entre 35.000 usuários de Internet em cidades americanas atestou que o uso abusivo da rede esta criando uma nova categoria de pessoas solitárias e depressivas que se refugiam nos computadores e não se interessam pelo mundo real[14]. Estima-se que pelo menos 200.000 americanos perderam o controle sobre o uso da Internet e hoje sofrem de um mal catalogado pela Associação Americana de psicologia como PIU (Pathological Internet Use) ou Uso Doentio da Internet, cujo sintoma básico é o uso preferencial ou exclusivo pela Internet do que outras coisas do nosso cotidiano. Suas vitimas passam horas na rede numa onda compulsiva que acaba isolando as de seus amigos, familiares e até da vida profissional, alimentando um fantasma de um mundo sem contato humano ou emoções. O uso indevido pode levar a perda de um tempo irrecuperável, como a de um relacionamento, um abraço, uma palavra, perder uma festa com amigos, um semestre da faculdade por falta de estudar.

                        È uma obsessão como um vicio em jogo e seus efeitos se assemelham ao uso de drogas, o viciado em Internet costuma ficar triste ou ansioso quando não esta conectado, passa a ter necessidade de permanecer na rede por períodos cada vez mais longos, sendo cada vez mais difícil conseguir a satisfação.

                        A Internet funciona como uma extensão do mundo psíquico do individuo, um lugar onde a comunicação escrita estimula os processos psicológicos de projeção e transferência. No anonimato qualquer pessoa é capaz de revelar seus desejos e fantasias com liberdade que jamais teria no mundo real. O medo de rejeição praticamente desaparece, em razão de poder sair de cena a qualquer momento, sem se deixar rastro de identificação. Qualquer pessoa que possui um computador e um modem pode tornar-se dependente, a divisória entre a normalidade e a dependência na Internet esta no impacto desse uso na vida de cada usuário e não o tempo de conexão. Falaremos mais sobre o assunto no subitem 5.1 Síndrome da Internet Dependência.



      Contato Precoce com Tecnologia


                        Quando o assunto é avaliar os benefícios do computador na vida dos filhos, os pais não conseguem chegar em um consenso. Os fabricantes de computadores e software definem o computador como um algo indispensável na educação das crianças e alguns educadores concordam com isso, mas sempre existe controvérsia, muitos deles vêem essa dependência da máquina na educação como algo que pode ser prejudicial.

                        Uma organização chamada Aliança pela Infância (http://www.allianceforchildhood.org) divulgou nota fazendo um pedindo para que seja proibida a introdução de computadores nas escolas dos Estados Unidos, até que seja avaliado com mais cuidado os efeitos do computador sobre os alunos, como por exemplo, problemas físicos, emocionais, psicológicos, etc. Declaração essa assinada por mais de 85 especialistas de diversas áreas, desde educadores até psiquiatras. A nota também cita vários efeitos negativos que os computadores exercem sobre crianças. Segundo o grupo, longos períodos em frente do micro não apenas prejudicam a criatividade como também as experiências externas da criança com o mundo, criando um pseudoambiente que difere totalmente do mundo real, como também aumenta o risco de isolamento social, obesidade e esforço ocular.

                        Diversos especialistas no desenvolvimento infantil questionam a conteúdo do relatório segundo a qual as crianças são limitadas em sua capacidade de pensar de maneira abstrata. Essa teoria foi exposta por Jean Piaget, teórico do desenvolvimento, mas há muito tempo abandonada pelos especialistas contemporâneos do desenvolvimento cognitivo.


                        Segundo o psicólogo do desenvolvimento da Universidade da Califórnia em Berkeley, Alison Gopnik, o que ocorre é exatamente o oposto, os últimos 30 anos de pesquisa mostraram que até mesmo as crianças mais novas vão muito além da sensação e da ação e entendem o mundo de uma maneira mais abstrata, comenta Alison.

                        Fica claro que a essa organização tem fortes ligações com o enfoque educacional que dá destaque ao desenvolvimento de capacidades motoras sensoriais nos primeiros anos, que freqüentemente adia a instrução com leitura intensiva para os segundo ou terceiro graus e não aprova a assistência à televisão e aos livros produzidos em massa. A Aliança é uma organização sem fins lucrativos, formada depois de uma reunião internacional dos seguidores do sistema Waldorf para analisar a educação no jardim da infância. "Os professores presentes manifestaram a forte impressão de que algo precisa ser feito para ajudar as crianças", disse Joan Almon, coordenadora da organização. "Nós vimos problemas relacionados com o estresse e o nervosismo em crianças espalhadas por todo o mundo como uma epidemia. Além disso, milhões de crianças estão sendo submetidas a drogas psicotrópicas", ressalta. O grupo suspeita que o computador poderia ser um dos responsáveis pelo problema.


5.1Síndrome da Internet Dependência



                        Interessante observarmos muitas vezes que o doente percebe apenas a necessidade de aumentar o tempo transcorrido diante do monitor. Mas rapidamente ele se da conta de que não consegue suspender e muito menos adiar o uso da rede.

                        As características psicológicas das vitimas da internet dependência são, quase sempre, as mesmas dos toxicômanos clássicos: indivíduos que sofrem de solidão, depressão e dificuldade de comunicação.

                        Tais pessoas tendem a se esconder atrás desse novo meio, a procurar refugio num mundo virtual no qual podem inverter para si mesmas uma nova vida, uma identidade alternativa mais gratificante do que a real. Pessoas, portanto, que sofrem de dificuldades para alcançar uma integração social normal.

                        Aliada a isso existe também segundo alguns estudiosos, uma predisposição genética. Outro fator importante é o risco que aumenta consideravelmente para aqueles que são obrigados, por conta do seu trabalho, passar muitas horas diante do computador, como os programadores, os pesquisadores e os jornalistas.


5.1.1 Vício de internet


                        Quando uma pessoa passa das oito horas as vinte e duas horas usando a internet no trabalho e chega em casa, permanece plugado até as três da manhã, e nos fins de semana das dez da manhã ás vinte e uma horas, chega a ser um vicio. Fica muitas vezes se divertindo encontrando amigos, conhecendo pessoas no mundo virtual e navegando por sites. Porém, quando a atividade se torna compulsiva, pode resultar em dependência.


5.1.2  O acesso exagerado afetando a vida dos jovens


                        O uso exagerado da internet sendo dependentes não - químicos, preocupa muitas pessoas, inclusive psiquiatras do mundo todo que tentam orientar e ajudar e resolver esses problemas. A dependência de internet muitas vezes não pode ser determinada pela quantidade de horas na frente do computador.

                        Dependente é aquele que perde a liberdade sobre o uso, que fica muito ansioso quando cai a conexão. È uma sensação de falta de controle. O uso abusivo da internet pode resultar em atrasos de compromissos. A pessoa pode perder o trabalho, se distanciar da família e dos amigos, alem de ter problemas de saúde. O vício pode colocar emprego e relações pessoais em risco.

                        Dores de cabeça, nas costa e sono são algumas conseqüências sofridas. O aumento da obesidade é outro problema que pode ser ocasionado pelas muitas horas diante do computador. As gerações passadas brincavam na rua, corriam e gastavam energia Muitos adolescentes visitam sites de sexo ou aqueles que ensinam como se tornar anoréxica ou bulímica.

                        O perigo do excesso de internet também esta em viver num mundo virtual. Muitos usam auto-imagem e nome fictício. Quanto mais tempo o adolescente fica atrás de um computador, mais quer ficar, porque ali ela se sente seguro.

                        No mundo virtual ele encontra mais prazer, pois tudo é do jeito que ele gostaria que fosse. O mau uso da internet acaba provocando distúrbios sérios e baixo rendimento na escola, por tempo acima de duas ou três horas conversando ou jogando na internet.


5.1.3  A dependência de informação


            Modalidade inusitada de dependência potencializada pela internet: a "dependência de informações". Constantes noticias fornecidas não apenas pela internet, mas também pela televisão e por outras ferramentas da mídia contemporânea, "vicia" a pessoa e cria em algumas delas uma necessidade cada vez maior de consumir informações.

                        Esse consumo pode se tornar obsessivo e, nesse caso, o "viciado" em informações começa a manifestar os mesmos sintomas de qualquer outra forma de dependência. Ficam em estado de angustia patológica quando permanecem muito tempo sem acessar e consumir informações.

                        Estranho processo de intoxicação virtual mostra que o mecanismo do hipertexto é rapidamente atingido com um simples clique do mouse, documentos esparsos nos computadores de todo o planeta, pode induzir alguns usuários a desenvolver uma espécie de sentimento de onipotência.

                        Para esses usuários, o hipertexto proporciona uma excitante e inesgotável exploração do mundo das noticias, e isso acaba por exaurir as energias físicas e psicológicas de quem pratica.

                        Semelhante a um parque de diversões, o viciado em informações experimenta, por intermédio do computador, sensações como a da velocidade, a da anulação das distancias, a da superação das barreiras espaços-temporais, a do anonimato – todas elas fatores que alteram a bioquímica do cérebro e podem produzir um forte estado de excitação. Enquanto permanece sob controle, esse estado é agradável. Mas ele pode se transformar num verdadeiro pesadelo para quem o converte em seu principal objetivo da vida.

                        A internet dependência esta longe de ser a única no leque amplo das dependências não-químicas. Conclui-se então que videogames, telefone celular, comida, jogos de azar e etc., constituem algumas modalidades dessa nova linha de dependência.

                        Sabemos que é enorme o numero de casos de lesões por esforço repetitivo na musculatura da mão e do braço devido a pratica compulsiva de: videogames e jogos de paciência, os quais exigem um uso intenso do mouse.

                        Então, a prática compulsiva do computador, da internet que ela oferece nada tem de inócua ou de brincadeira. Exatamente como acontecem com as drogas químicas, as dependências não-químicas também trazem consigo uma seria possibilidade de loucura e de alienação da realidade.

                        As personalidades que mais mostram afinidade com as maquinas são aquelas que têm receio de se atirar na vida, fugindo das relações normais. E é exatamente aí que mora o "perigo".


 6. PESQUISA

 


                        Não se pode negar que o desenvolvimento da tecnologia é benéfico em muitos temas, mas deve-se ter a consciência e avaliar o quanto essa evolução pode ser realmente um benefício e quais são os aspectos negativos que traz a sociedade como um todo.

 

6.1 Metodologia da Pesquisa



                        Com o avanço da tecnologia em diversas áreas, a pesquisa realizada para compor este trabalho demonstrou algumas informações que possivelmente não estão à disposição ou não chegam a diversos usuários da Internet. Foram levantados dados sobre como o avanço da tecnologia pode influenciar na saúde dos usuários.

                        A Internet serviu de ferramenta para consultas em sites, também foram pesquisados artigos em revistas, opiniões da classe médica diretamente envolvida com o assunto e foram pesquisados quais são as principais doenças que a utilização do computador pode trazer ao usuário.

                        Foi elaborada uma pesquisa de campo para levantar algumas questões sobre a utilização do computador, qual é o comportamento do usuário ao utilizar essa ferramenta e qual a influência dessa ferramenta no convívio social. A pesquisa foi realizada com 29 pessoas de ambos os sexos com idade variando entre 17 e 48 anos. Foram elaboradas 15 perguntas diretas e indiretas sobre o assunto.

                        Ao final é demonstrado o resultados obtidos da pesquisa de campo, sendo ilustrado nos gráficos.

6.2 Resultados



                        Com base na pesquisa feita entre 27 pessoas que trabalham em frente ao computador 56% dizem passar mais de 5 horas, 30% até 5 horas por dia e 14% passam menos que 5 horas. Apenas 30% dos casos costuma fazer algum tipo de alongamento no trabalho e até 70% não fazem nenhum exercício físico durante a semana. 19% já teve algum problema de saúde relacionado ao computador, mas 81% destes tem conhecimento que o computador pode afetar de alguma maneira na saúde.

                        Sendo que apenas 56% nunca tiveram problema de visão, 19% nunca sentiram dor de cabeça e 37% se consideram fora de forma. As figuras 1 e 2 ilustram os dados exibidos acima.



6.3 Conclusão



                        As doenças causadas pela tecnologia são muitas e só tendem a aumentar cada vez mais com o seu avanço. É dever de cada um adaptar-se a essas mudanças e procurar o maior número de informações possíveis, pois a maior deficiência neste estudo de caso está na falta de informação e no comodismo. As pessoas parecem não se preocupar com o futuro, e apenas trabalham fazendo as coisas da maneira mais fácil e rápida possível.



 CONSIDERAÇÕES FINAIS



                        Bruno Latour (1998) escreveu, segundo Raimundo Pereira, sobre o espantoso desenvolvimento científico no século XX e ao mesmo tempo enfatizou como o entendimento deste avanço mudou drasticamente. Para ele, teria havido uma transição da cultura da “ciência” para a cultura da “pesquisa”. Esta questão pode ser encarada de distintos pontos de vista. Mas, esquematicamente, a idéia era de que a ciência seria uma forma (iluminista) de permitir que indivíduos treinados em técnicas de estudo e experimentação pudessem evitar fontes de desvio oriundas das ideologias, paixões, emoções (todas colocáveis no âmbito da subjetividade) e se aproximar objetivamente das verdades para trazer o conhecimento com vistas a resolver disputas e minimizar as respectivas fragilidades humanas. Já a pesquisa seria algo (se mantivermos a metáfora ótica), mais estroboscópico, produtora de controvérsias, arriscada, realizada por indivíduos treinados, mas que também se preocupam com suas carreiras e a visibilidade do resultado de seus estudos. Em suma, a pesquisa mostra que cência e sociedade não podem ser separadas. A ciência não mais entra em uma sociedade caótica para organizar, trazer a ordem, e até pôr fim a controvérsias. Eventualmente, ela própria introduz mais elementos de ruído ao alarido vigente.

               Ainda mais agora que convivemos com a difusão pública dos achados científicos (ou das pesquisas) e que, no caso da saúde, muitos pacientes e familiares não hesitam em buscar informação através dos sofisticados meios de comunicação disponibilizados.

                 Se trouxermos esta discussão para o lado abaixo do equador (possivelmente com exceção de Austrália e Nova Zelândia), iremos nos deparar com as dificuldades inerentes aos países economicamente mais fracos. No panorama informático, as precariedades em termos de acesso à infra-estrutura informática e à web são evidentes nos grupos sociais mais desfavorecidos em termos socioeconômicos e culturais.
                 Em determinadas nações africanas, o quadro é dramático. Segundo dados coletados por Arunachalam (1999), cerca de 95% de todos os computadores estão nos países economicamente mais fortes. Em termos comparativos entre os extremos quanto à conectividade à rede, os valores absolutos para a África remontam a meados de 2001 em torno de 4.150.000 (segundo estatísticas específicas para a África do Sul, há 2.400.000 em dezembro de 2000). Em termos de proporção de usuários em relação à população, temos cerca de 0,5%. Para os Estados Unidos somados ao Canadá, obtemos 58,3 % para o mesmo período.

              Na América Latina, a proporção geral é de 4,8%. No Brasil, há estimativas de que, no período considerado, cerca de 6,84% da população tenha acesso à internet – mas, há países com valores superiores ao Brasil, como o Chile, 11,6% (dezembro de 2000), Uruguai, 11,1% (dezembro de 2000) e Argentina, 10,4% (julho de 2001) .

              Entretanto, a variação bianual no período 1997-2001 foi, respectivamente, 1997: 0,6%; 1999: 1,8% (incremento de três vezes); 2001: 6,8% (incremento de 3,8 vezes).

                        Há projeções para chegar a 18% (34 milhões) em 2006 (Pereira, 2001). É preciso levar em conta que tais dados são sujeitos a críticas, pois foram obtidos por diferentes institutos de pesquisa. E, além disso, importa considerar que o padrão de utilização da internet varia. Uma mesma pessoa pode possuir várias contas de acesso à rede, enquanto uma única conta pode ter vários usuários (Ishaq, 2001).

                 Há esforços para amenizar a importante questão da 'divisão/brecha digital global' entre as populações informatizadas e as despossuídas que tende a ampliar as discrepâncias socioeconômicas. Mas as propostas tendem a ser primordialmente técnicas. Para além da falta de acesso dos desinformatizados (sem-hardware e/ou software e/ou web), é preciso levar em conta o fato de que estes recursos não foram concebidos, nem desenvolvidos pelos respectivos produtores de bens e serviços para tais grupos. Basta ver o idioma predominante na rede. Portanto, são mais desafiadores os problemas de aproximar culturalmente indivíduos desinformatizados às novas tecnologias e seus desdobramentos (Edejer, 2000).

               Apesar disso, há valorosas e admiráveis iniciativas para enfrentar tais limitações. Um dos melhores exemplos não é governamental. Trata-se do Comitê para a Democratização da Informática, criado por Rodrigo Baggio, filho de um ex-executivo da IBM. Ele e sua equipe procuram locais de aula, treinam instrutores e fornecem computadores para favelas. Já recebeu auxílio de empresas nacionais e estrangeiras e dá consultoria em outros países.

                 Ademais, é perceptível a qualidade desigual da informação na rede, como aponta uma nova linha de estudos avaliativos, por exemplo, o dimensionamento da qualidade da informação na web sobre tratamento da depressão (Griffiths et al., 2000). O que dizer sobre nossos portais de saúde? Em nosso trabalho, à guisa de ilustração, destituída de rigor avaliativo, sinalizamos breves aspectos que sugerem a necessidade de investigação nesta área.

               No caso de informações sobre saúde, existem aspectos relativos a dimensões socioculturais e educacionais para decisões bem informadas. Estas envolvem entendimentos, nem sempre acessíveis, dos processos de construção dos conhecimentos tecnobiocientíficos na resolutividade de questões de saúde. Quais seriam os conteúdos básicos de epidemiologia e de estatística necessários para os indivíduos decidirem racionalmente acerca de medidas de autocuidado sobre dieta, exercício e não-tabagismo? Será que se trata de fornecer informação e técnicas de auxílio à decisão baseadas em evidências? Estas condições podem ser necessárias, mas talvez não suficientes, se levarmos em conta dimensões não racionais, inconscientes que habitam a volição humana.


                 Em meio às tentativas de análise sobre a contemporaneidade (seja tecnófila, seja tecnófoba, seja tecnoambivalente), podemos visualizar a imbricação de três sistemas que participam da organização das configurações do mundo atual: o predomínio da razão instrumental e suas produções tecnocientíficas; o poder enfeixado pela junção de instituições e ideologias; a crença na supremacia dos mitos, símbolos e ritos promovidos pela tecnociência.

               Como possível resultante deste cenário, presenciamos uma colonização da sociedade pela aliança entre geradores de conhecimentos especializados, especialistas que os produzem como objetos tecnológicos, o conjunto do sistema industrial (os macrossistemas técnicos) e as redes de comunicação, distribuição e consumo. Convivemos com excesso de imagens, textos e de escolhas possíveis. Uma das conseqüências palpáveis se constitui na ampliação de rupturas com as configurações simbólicas e com as mediações que regem as maneiras de ser em conjunto.

              No caso da saúde, temos a geração de uma sociedade de indivíduos que se reconfiguram sob a forma de protopacientes sem médicos, em consumidores de mercadorias/serviços ligadas tanto à informática como à pretendida proteção da saúde.  

              Baseando-nos em Cohn (2001), cabe aqui um comentário sobre a relação consumidor/cidadão/indivíduo: nos países economicamente mais fortes, as políticas sociais proporcionaram maior igualdade no interior de suas sociedades, através dos chamados welfare states. Apesar de seus atuais 'encolhimentos' a partir dos ditames neoliberais e das crises fiscais, foi aí que se constituíram e se estabeleceram os direitos de cidadania. Estes, de fato, não vieram separados do movimento de afirmação do próprio estatuto do ser 'cidadão', viabilizado pelas inerentes condições socioculturais e políticas de seus contextos socioculturais.
               Assim, tais cidadãos ocupariam criteriosamente seu lugar de consumidores bem informados que lidariam com as injunções do mercado de forma mais autônoma, pois estariam cientes de seus direitos.

              Porém, como indica Bauman (2000), em função do inexorável processo de individualização contemporâneo (como mencionado no início do texto), o indivíduo se constitui como um vetor de desgaste e fragmentação para o cidadão. O primeiro usufrui da liberdade pessoal de escolha, inclusive para consumir como melhor lhe aprouver, descrente, indiferente, ou, na melhor das hipóteses, cauteloso quanto a participar de ações efetivas dirigidas ao 'bem comum'. Já o segundo buscaria seu próprio bem-estar através do bem-estar da 'cidade'. Por mais resultados favoráveis que proporcionem, a busca de interesses comuns dos cidadãos é vista, no limite, como restrição à liberdade de escolha pessoalizada por parte do indivíduo de direito. Mas, para este se tornar um indivíduo de fato, é imperioso que se torne antes cidadão.

             Enfim, inegavelmente, vivemos no Ocidente, com variações conforme as características das distintas formações sociais, políticas e econômicas, em situações mediatizadas – sociedades de indivíduos submetidos à nova trindade: informação, comunicação, técnica.

              Apesar da importância atribuída à faceta libertária e democratizante da internet, são necessários pré-requisitos tecnoculturais para acessá-la. Vale retomar a discussão de Sousa-Santos (2000) sobre a dupla ruptura epistemológica entre conhecimento científico e senso comum: a primeira se dá quando a ciência se diferencia do senso comum, a segunda consistiria em romper com a primeira para transformar o conhecimento científico em um novo senso comum. Mas que este não se torne regulatório e sim emancipatório. Então, como as estratégias de comunicação viabilizadas pelos objetos tecnocientíficos nos permitiriam sair do senso comum conservador e chegar ao conhecimento emancipatório, aquele que não recusa a tecnologia, inclusive a utiliza para aceder ao "autoconhecimento. e traduzir-se em sabedoria de vida"? Para isto, o referido autor detalha os elementos de uma "epistemologia dos conhecimentos ausentes" no interior de uma " epistemologia da visão" que lida com a tensão entre as facetas regulatórias e emancipatórias do conhecimento. Aí, o sociólogo luso aponta a necessidade de prudência com vistas a perceber e controlar a maior insegurança, especialmente nos grupos oprimidos, excluídos, vulneráveis da sociedade e que mais se beneficiariam de práticas emancipatórias.

             Se, por um lado, são visíveis as manifestações de descontrole da técnica tais como se observa:

• na proliferação de sites que difundem pedofilia, nazi-fascismo, que ensinam processos químicos e técnicas laboratoriais para a produção de psicofármacos (como o ecstasy), ou mesmo artefatos explosivos;

• na criação incessante de novos e virulentos vírus de computador (transgressões da técnica contra si própria);

• no recrudescimento e ampliação do terrorismo fundamentalista que utilizou a web em suas comunicações, fato que gerou restrições e controle do fluxo de mensagens da rede.

               Por outro lado, é preciso assumir os indiscutíveis benefícios da inovação, da produção e da eficácia dos recursos tecnobiocientíficos no âmbito da saúde: vacinas, fármacos mais potentes, equipamentos médicos para aumentar a acurácia do diagnóstico, tratamento e reabilitação. São evidentes os efeitos em termos de aumento da longevidade e nas tentativas de procrastinação dos efeitos do envelhecimento para aqueles capazes de atuar como agentes de consumo.

             A disponibilização de dados e de programas computacionais de auxílio à decisão via internet pode ampliar o acesso das populações a informações sobre cruciais questões da vida e da saúde. Pode, também, ajudar a reduzir desgastes e ansiedades decorrentes das incertezas que se insinuam nas práticas de saúde, tanto no lado do profissional como no daquele que necessita de cuidados, não obstante o nome ou papel que se lhe atribua. Sem dúvida, é importante o estudo de usos da informática em saúde e respectivos riscos conforme a inadequação dos contextos de comunicação e, também, acerca das dificuldades de regulamentação consistente diante de temas relativos à saúde na rede.

               Mas, sobretudo, mesmo com os problemas decorrentes da individualização, ainda é essencial que se criem condições de aproximação entre os estatutos de cidadão e de consumidor (e de conhecimentos regulatório e emancipatório) em sociedades profundamente iníquas como a nossa, para evitar que o eventual casamento (se possível) entre tecnologias comunicacionais e saúde das populações e dos indivíduos de fato não signifique, em termos socioculturais, tentar juntar trapinhos.


  

REFERÊNCIAS



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Dr. R. Carvalho, Presidente de CREMESP.

S. Valpi, Um simples tremor pode gerar grandes problemas! ; revista Cipa; pag. 38, abril 2009.

G.Chiappino, E.Pisani; Sedentarismo prejudicial; revista Proteção; pag. 65 68, abril 2008.

Dr, D. Bourguiguon, Ler/Dort divide opiniões; revista Proteção, pag. 46, outubro 2008.

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 S. Volpi, Algumas considerações sobre estaticidade postural nos trabalhos em pé e sentado; revista Cipa, pag. 62, fevereiro 2009.


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS



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Bauman, Zygmunt 1998 O mal-estar da pós-modernidade.  Rio de Janeiro, Jorge Zahar.        

Cohn, Amélia 2001 'Saúde e democracia: o resgate da política'. Artigo preparatório para o VII Congresso Paulista de Saúde Pública,

Pereira, Raimundo J. 2001 Redes de sintomas: facetas digitais da depressão. Anteprojeto de doutoramento  em saúde pública, submetido à Escola Nacional de Saúde Pública/Fiocruz

Taylor, Charles 1994 As fontes do self. A construção da identidade moderna.  São Paulo, Loyola.        






[1] Michel Foucault cunhou o termo gouvernementalité (1978a: 635-657) para identificar um tipo particular de literatura que, entre a segunda metade do século XVI e o final do século XVIII, se foi crescentemente afirmando em torno de uma teoria proclamada como "arte de governo", isto é, uma técnica que se deduz de regras específicas.

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