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segunda-feira, 17 de julho de 2017



Como podemos entender a história sendo ciência, em que momento ela transforma-se em ciência e qual a importância da interdisciplinaridade

O entendimento da história como ciência, noção praticamente hegemônica no século XIX. deixou de ser um consenso no século XX e é, ainda hoje, alvo de debates. Há historiadores que defendem a história como ciência e outros, não. 
A história não ser ciência, entretanto, para aqueles que defendem esta posição, em nada a diminui. Pelo contrario. Amplia as possibilidades metodológicas pois não há o rigor que se espera do cientificismo. 
Como vimos nas disciplinas teóricas, a objetividade em história não é possível, nem desejável. Em o oficio do historiador Marc Bloch aponta para esta incapacidade. Essa pseudo objetividade era algo pensado no século XIX. Neste mesmo século, pensava-se a histórica como ciência ligada o passado o que hoje não ocorre. É possível entender a história como ciência ao se estudar a chamada história do tempo presente.
Na antiguidade a história não é uma ciência como a entendemos. A visão tradicional diz que a história surge a partir da escrita, mas não que surge como ciência, o que só ocorre séculos depois. As pinturas rupestres são fontes históricas mas não temos fintes que nos permitam inferir que elas guardam uma memoria. Podiam se referir a cenas ficticias por exemplo, e não a uma memória em si. 
Não havia exatamente esta busca pela interdisciplinaridade no século XIX, sendo esta uma característica mais próxima da escola dos annales, já no século XX. O que havia era a busca de construir uma ciência histórica baseado em métodos das ciências exatas.
Ela se torna ciência ao adquirir formalismo teórico metodológico. Além disso, é fundamental compreender o contexto do século XIX e sua consolidação enquanto disciplina. História da ciência não é interdisciplinaridade. Interdisciplinaridade significa utilizar elementos de outras disciplinas - como conceitos, por exemplo - para compreender a história. Quando estudamos Peste Negra podemos recorrer a biologia para entender o que é uma epidemia, uma pandemia, como as doenças são transmitidas e assim por diante,
Interdisciplinaridade, como vimos, é quando aplicamos estes conceitos a pesquisa histórica em si,
Até o século XIX, a história não era uma disciplina formal, certo? Isso muda a partir desse século - e importante que você analise, a partir das aulas, o motivo desta mudança - e para se tornar uma disciplina e adquirir o estatuto de ciência foram adotados métodos que eram das ciências exatas. Foi uma forma de legitimar a história enquanto ciência. 
Na verdade os Annales, em sua primeira geração, herdam a concepção da História como ciência. A formação deste conceito, da História ciência é anterior aos annales. 

No século XIX surge a história como disciplina. Historiografia é escrita da história. " enquanto a outra, a 
apresentação literária, está no campo da arte" Em que sentido? Pode desenvolver esta ideia?  A história não é bem pautada no dialogo entre os seres humanos, mas na existência de fontes e de uma metodologia especificas. 
Não é por isso que podemos pensar que a história é uma ciência. "Ela se transforma em ciência, a partir do momento em que o homem, encontrou a necessidade de estudar seu comportamento social na tentativa de compreender e melhorar as decisões que afetam diretamente a sociedade contemporânea" Isso foi quando? E essa necessidade surgiu por que? 
O iluminismo é do século XVII e a História só se torna ciência no XIX. Estudar história e entender a história como ciência são coisas diferentes. A cosmologia evolutiva contribui para a história enquanto ciência de que forma?
É na interação entre teoria e metodologia que se produz ciência, e isso também ocorre com a história.A partir do momento que os historiadores passaram a reivindicar para seu campo de saber um estatuto de cientificidade, a história começou a ser pesquisada e estudada de maneira sistemática de modo a buscar comprovação nos fatos históricos.  

Sim professora! No século XIX. Com relação à definição de história: para os metódicos, a história era entendida como ciência nos moldes positivistas; no século XX, a história também era concebida como ciência, porém com a particularidade de ser uma ciência “dos homens no tempo”, como a definiu o historiador francês Marc BlochAlém disso, com relação às fontes (ou documentos), que é outro conceito de grande importância para a história, os metódicos privilegiavam as fontes escritas, os documentos escritos, não se atendo muito às demais formas de testemunho da história humana. No século XX, os historiadores passaram a considerar “documento histórico” tudo aquilo que o homem produziu ao longo de sua existência. Os dois países que influenciaram nesse processo foram, França e Alemanha. No século XIX, muitas ciências foram sistematizadas, recebendo um tipo de configuração (procedimentos metodológicos, formas de investigação etc.) que as tornaria respeitáveis. A sociologia e a antropologia são exemplos dessas ciências. A história, como veremos, também está entre elas. O que chamamos de ciência da história desenvolveu-se, propriamente, no século XIX.
Na verdade, o importante, neste caso especifico, e entendermos o contexto que levou a considerarmos a história como ciência já que esta discussão que você coloca sobre este critério é posterior ao momento em que ela se afirma enquanto disciplina Quanto a sua última observação, como historiadora, não considero a história como ciência. Entendo que dogmatizar a produção histórica, amarrando-a sob o entendimento de ciência, limita seu alcance a possibilidade de utilização de métodos distintos, que não sejam validados como cientifico. Foi assim com a história oral por exemplo, onde ainda discutimos se é uma técnica ou método valido para a ciência histórica. Digo isso para exemplificar a multiplicidade de olhares acerca desta discussão. 
Ressalto, novamente, que estou falando do meu ponto de vista e do meu entendimento como historiadora, ok? A questão da experimentação é irrelevante. Este é um método das exatas que não pode ser replicado nas humanas e tudo bem. Não considero significativo para pensar se a história é ou não ciência, já que entendemos que cada ciência tem suas particularidades. Creio não ter compreendido o que você chama de caráter relativista, já que os diversos pontos de vista enriquecem a historiografia e a não existência de uma verdade histórica é importantíssima, entendamos a história como ciência ou não. Tomo como exemplo do porque não a entendo como ciência: trabalhei com história oral por muito anos, em um momento em que esta "técnica" era vista com extrema desconfiança; A metodologia cientifica implicava que as entrevistas deveriam ser conduzidas em um padrão, escritas em um padrão, os informantes tinham um padrão, etc etc. É a essa padronização - caracteristica da ciência - que considero limitadora. 




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