Como
podemos entender a história sendo ciência, em que momento ela transforma-se em
ciência e qual a importância da interdisciplinaridade
O entendimento da história como
ciência, noção praticamente hegemônica no século XIX. deixou de ser um consenso
no século XX e é, ainda hoje, alvo de debates. Há historiadores que defendem a
história como ciência e outros, não.
A história não ser ciência,
entretanto, para aqueles que defendem esta posição, em nada a diminui. Pelo
contrario. Amplia as possibilidades metodológicas pois não há o rigor que se
espera do cientificismo.
Como vimos nas disciplinas
teóricas, a objetividade em história não é possível, nem desejável. Em o oficio
do historiador Marc Bloch aponta para esta incapacidade. Essa pseudo
objetividade era algo pensado no século XIX. Neste mesmo século, pensava-se a
histórica como ciência ligada o passado o que hoje não ocorre. É possível
entender a história como ciência ao se estudar a chamada história do tempo
presente.
Na antiguidade a história não é
uma ciência como a entendemos. A visão tradicional diz que a história surge a
partir da escrita, mas não que surge como ciência, o que só ocorre séculos
depois. As pinturas rupestres são fontes históricas mas não temos fintes que
nos permitam inferir que elas guardam uma memoria. Podiam se referir a cenas
ficticias por exemplo, e não a uma memória em si.
Não havia exatamente esta busca
pela interdisciplinaridade no século XIX, sendo esta uma característica mais
próxima da escola dos annales, já no século XX. O que havia era a busca de
construir uma ciência histórica baseado em métodos das ciências exatas.
Ela se torna ciência ao adquirir
formalismo teórico metodológico. Além disso, é fundamental compreender o
contexto do século XIX e sua consolidação enquanto disciplina. História da
ciência não é interdisciplinaridade. Interdisciplinaridade significa utilizar
elementos de outras disciplinas - como conceitos, por exemplo - para
compreender a história. Quando estudamos Peste Negra podemos recorrer a
biologia para entender o que é uma epidemia, uma pandemia, como as doenças são
transmitidas e assim por diante,
Interdisciplinaridade, como vimos,
é quando aplicamos estes conceitos a pesquisa histórica em si,
Até o século XIX, a história não
era uma disciplina formal, certo? Isso muda a partir desse século - e
importante que você analise, a partir das aulas, o motivo desta mudança - e
para se tornar uma disciplina e adquirir o estatuto de ciência foram adotados
métodos que eram das ciências exatas. Foi uma forma de legitimar a história
enquanto ciência.
Na verdade os Annales, em sua
primeira geração, herdam a concepção da História como ciência. A formação deste
conceito, da História ciência é anterior aos annales.
No século XIX surge a história
como disciplina. Historiografia é escrita da história. " enquanto a
outra, a
apresentação literária, está no campo da arte" Em que sentido? Pode desenvolver esta ideia? A história não é bem pautada no dialogo entre os seres humanos, mas na existência de fontes e de uma metodologia especificas.
apresentação literária, está no campo da arte" Em que sentido? Pode desenvolver esta ideia? A história não é bem pautada no dialogo entre os seres humanos, mas na existência de fontes e de uma metodologia especificas.
Não é por isso que podemos pensar
que a história é uma ciência. "Ela se transforma em ciência, a partir do
momento em que o homem, encontrou a necessidade de estudar seu comportamento
social na tentativa de compreender e melhorar as decisões que afetam
diretamente a sociedade contemporânea" Isso foi quando? E essa necessidade
surgiu por que?
O iluminismo é do século XVII e a
História só se torna ciência no XIX. Estudar história e entender a história
como ciência são coisas diferentes. A cosmologia evolutiva contribui para a
história enquanto ciência de que forma?
É na interação entre teoria e
metodologia que se produz ciência, e isso também ocorre com a história.A partir
do momento que os historiadores passaram a reivindicar para seu campo de saber
um estatuto de cientificidade, a história começou a ser pesquisada e estudada
de maneira sistemática de modo a buscar comprovação nos fatos históricos.
Sim professora! No século XIX. Com relação à definição de história: para os metódicos, a
história era entendida como ciência nos moldes positivistas; no século XX, a
história também era concebida como ciência, porém com a particularidade de ser
uma ciência “dos homens no tempo”, como a definiu o historiador francês Marc
Bloch. Além
disso, com relação às fontes (ou documentos), que é outro conceito de grande importância
para a história, os metódicos privilegiavam as fontes escritas, os documentos
escritos, não se atendo muito às demais formas de testemunho da história
humana. No século XX, os historiadores passaram a considerar “documento
histórico” tudo aquilo que o homem produziu ao longo de sua existência. Os dois
países que influenciaram nesse processo foram, França e Alemanha. No
século XIX, muitas ciências foram sistematizadas, recebendo um tipo de
configuração (procedimentos metodológicos, formas de investigação etc.) que as
tornaria respeitáveis. A sociologia e a antropologia são exemplos dessas
ciências. A história, como veremos,
também está entre elas. O que chamamos de ciência da história desenvolveu-se, propriamente, no século XIX.
Na verdade, o importante, neste
caso especifico, e entendermos o contexto que levou a considerarmos a história
como ciência já que esta discussão que você coloca sobre este critério é
posterior ao momento em que ela se afirma enquanto disciplina Quanto a sua
última observação, como historiadora, não considero a história como ciência.
Entendo que dogmatizar a produção histórica, amarrando-a sob o entendimento de
ciência, limita seu alcance a possibilidade de utilização de métodos distintos,
que não sejam validados como cientifico. Foi assim com a história oral por
exemplo, onde ainda discutimos se é uma técnica ou método valido para a ciência
histórica. Digo isso para exemplificar a multiplicidade de olhares acerca desta
discussão.
Ressalto, novamente, que estou
falando do meu ponto de vista e do meu entendimento como historiadora, ok? A
questão da experimentação é irrelevante. Este é um método das exatas que não
pode ser replicado nas humanas e tudo bem. Não considero significativo para
pensar se a história é ou não ciência, já que entendemos que cada ciência tem
suas particularidades. Creio não ter compreendido o que você chama de caráter
relativista, já que os diversos pontos de vista enriquecem a historiografia e a
não existência de uma verdade histórica é importantíssima, entendamos a
história como ciência ou não. Tomo como exemplo do porque não a entendo como
ciência: trabalhei com história oral por muito anos, em um momento em que esta
"técnica" era vista com extrema desconfiança; A metodologia
cientifica implicava que as entrevistas deveriam ser conduzidas em um padrão,
escritas em um padrão, os informantes tinham um padrão, etc etc. É a essa
padronização - caracteristica da ciência - que considero limitadora.
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