Pronomes de
tratamento
Ao escrever um
ofício, em pelo menos dois espaços – destinatário e vocativo –, é necessário
usar os pronomes de tratamento, assunto da semana.
O uso de pronomes de
tratamento parece remontar ao começo da língua portuguesa, quando reis e
rainhas, imperadores e duques abundavam. Para cada um deles, há um pronome
específico, como “vossa majestade, vossa alteza”. E também ao tempo em que
apenas uma hierarquia religiosa era reconhecida, com seu “vossa reverendíssima,
vossa eminência e vossa santidade”, usados, respectivamente, para sacerdotes,
cardeais e papas.
Nas primeiras
gramáticas do século XVI, foi feita a distinção de emprego entre “tu” e “vós” e
começou o uso de termos específicos para designar ocupantes de cargos
públicos, ao se fazer referência não à pessoa, mas a alguma qualidade dela.
Mais detalhes você lê aqui e aqui.
Então, em respeito à
tradição, segundo o Manual de Redação da Presidência da República, usa-se:
Vossa Excelência, para as seguintes
autoridades:
a) do Poder Executivo: Presidente da
República; Vice-Presidente da República; Ministros de Estado; Governadores e
Vice-Governadores de Estado
e do Distrito Federal; Oficiais-Generais
das Forças Armadas; Embaixadores; Secretários-Executivos de Ministérios e
demais ocupantes de cargos de natureza especial; Secretários de Estado dos
Governos Estaduais; e Prefeitos Municipais.
b) do Poder Legislativo: Deputados
Federais e Senadores; Ministros do Tribunal de Contas da União; Deputados
Estaduais e Distritais; Conselheiros dos Tribunais de Contas Estaduais; e
Presidentes das Câmaras Legislativas Municipais.
c) do Poder Judiciário: Ministros dos
Tribunais Superiores; Membros de Tribunais; Juízes; e Auditores da Justiça
Militar.
O vocativo a ser
empregado em comunicações dirigidas aos Chefes de Poder é Excelentíssimo
Senhor, seguido do cargo respectivo:
·
Excelentíssimo
Senhor Presidente da República,
·
Excelentíssimo
Senhor Presidente do Congresso Nacional,
·
Excelentíssimo
Senhor Presidente do Supremo Tribunal Federal.
· As
demais autoridades serão tratadas com o vocativo Senhor, seguido do cargo
respectivo:
·
Senhor
Senador,
·
Senhor
Juiz,
·
Senhor
Ministro,
·
Senhor
Governador
Em comunicações
oficiais, está abolido o uso do tratamento digníssimo (DD), às autoridades
arroladas na lista anterior. A dignidade é pressuposto para que se ocupe
qualquer cargo público, sendo desnecessária sua repetida evocação.
“Vossa Senhoria” é
empregado para as demais autoridades e para particulares.
O vocativo adequado
é:
Senhor Fulano de Tal,
(...)
Não cabe o tratamento
“Ilustríssimo”. Basta “Senhor”.
Acrescente-se que “doutor”
não é forma de tratamento, e sim título acadêmico. Evite usá-lo
indiscriminadamente. Como regra geral, empregue-o apenas em comunicações
dirigidas a pessoas que tenham tal grau por terem concluído curso
universitário de doutorado. É costume designar por doutor os bacharéis,
especialmente os bacharéis em Direito e em Medicina. Nos demais casos, o
tratamento Senhor confere a desejada formalidade às comunicações.
No fecho, para
autoridades superiores, inclusive o Presidente da República, deve-se usar
“Respeitosamente,” e para autoridades de mesma hierarquia ou de hierarquia
inferior, “Atenciosamente,”.
Uma
semana bem tratada!
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